Maioria das mulheres não tem candidato à presidência

Ao todo, 51% das eleitoras do sexo feminino ainda não decidiram em quem vão votar no próximo dia 7 de outubro

Maioria das mulheres não tem candidato à presidência
Destas, maioria das mulheres ganha até dois salários mínimos e mora no sudeste (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
A maior parte das mulheres ainda não tem um candidato à presidência da República. Com a proximidade das eleições, no próximo dia 7 de outubro, uma pesquisa Datafolha revelou que 51% do público feminino (39,4 milhões) ainda não escolheu um presidenciável. Destas, 13% afirmaram que devem anular o voto, enquanto 38% não sabem em quem votar.

Enquanto são quase 40 milhões de mulheres ainda sem voto definido, 29% dos homens (20,2 milhões) também não escolheram um representante. Os números, no entanto, demonstram uma melhora em relação à última pesquisa, ocorrida em junho. Na época, 80% das mulheres não sabiam em quem votar, enquanto, entre o sexo masculino, o índice era de 58%.

O jornal Globo solicitou ao Datafolha para mapear o perfil socioeconômico das eleitoras indecisas. O resultado revelou que 45,3% das mulheres vivem na região sudeste, enquanto 26,4% moram no nordeste, 14,2% no sul, 7,6% no norte e 6,3% no centro-oeste.

A faixa etária com o maior índice de indecisão é entre 45 e 59 anos. Ao todo, 25,2% das eleitoras indecisas pertencem ao grupo. Em seguida, aparecem as mulheres entre 35 e 44 anos (21,6%), 25 e 34 anos (19,5%), 60 anos ou mais (18,6%) e 16 e 24 anos (15%).

Caso seja levada em consideração a renda em salários mínimos, a maioria esmagadora pertence às classes mais baixas da sociedade. No total, 54% das eleitoras indecisas ganham até dois salários mínimos. Em seguida aparecem as mulheres que recebem de dois a cinco salários mínimos (33%), de cinco a dez (4,6%) e mais de dez salários (1,6%). Ao todo, 6,8% não souberam ou não quiseram informar a renda.

O grupo de mulheres indecisas totaliza 27% do eleitorado brasileiro. Por isso, acredita-se que os presidenciáveis devam olhar com mais atenção para as eleitoras nas próximas semanas. Segundo o cientista político Ricardo Ismael, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), as mulheres de renda mais baixa estão tão indecisas por pesarem a elas questões práticas, como “o preço do gás de cozinha, a creche para os filhos, o endividamento pessoal”.

Definindo o voto

Segundo índices anteriores, as mulheres têm o precedente de definirem seus votos quando a eleição se aproxima. Em comparação ao estudo anterior, o número de eleitoras indecisas que decidiram votar em Jair Bolsonaro (PSL) cresceu de 6%, em junho, para atuais 16%. Em seguida, na preferência das mulheres, aparece Fernando Haddad (PT), com 9%. Os outros candidatos não passaram de 6% das intenções de voto, e teriam de se esforçar para conquistar o apoio do público feminino.

Atualmente, nas redes sociais, dois grandes grupos formados por mulheres batalham para angariar ou retirar votos do líder das pesquisas: Jair Bolsonaro. O grupo Mulheres Unidas Contra Bolsonaro reúne mais de 2 milhões de pessoas no Facebook. Recentemente, o grupo foi vítima de um ataque hacker promovido por supostos eleitores do presidenciável.

Enquanto isso, 886 mil usuários da rede social formaram o grupo Mulheres Com Bolsonaro. As administradoras, que dizem que o grupo cresceu ainda mais nas duas últimas semanas, disseram ao Globo que são mais de 1,5 milhão de integrantes, mas o Facebook apenas informa 886 mil.

Fonte:
O Globo-Entre as mulheres, 51% ainda estão sem candidato a presidente

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