Como o Google prejudica a saúde financeira

O consumismo estimulado pelo Google e outras plataformas online é alvo de críticas

Como o Google prejudica a saúde financeira
O Google detém 90% do mercado global de pesquisas online (Foto: PxHere)
Em setembro foi celebrado o vigésimo aniversário da fundação do Google e de suas incursões tímidas no universo da internet. Hoje, o Google é uma empresa onipresente na vida de seus usuários.

No Reino Unido, mais de 80% das pesquisas na internet são feitas através da ferramenta de busca do Google, de acordo com dados da plataforma Jumpshot. Segundo um relatório recente da Mozilla, o Google detém 90% do mercado global de pesquisas online.

Esse monopólio de informações é tema de discussões sobre sua influência na política e na opinião pública.  Mas o Google também desempenha um papel importante no gerenciamento das finanças pessoais de seus usuários.

Sarah Coles, analista financeira da empresa Hargreaves Lansdown, disse: “O Google foi fundado na época em que pesquisávamos informações em livros. Desde então, diversos mecanismos de busca lutam para atrair nossa atenção, mas a maioria das pessoas se acostumou a pesquisar no Google, o quer que seja e a qualquer momento”.

O Google e outras ferramentas de busca permitem que os usuários pesquisem as melhores ofertas e preços de produtos com um simples clique de seus smartphones. Mas essa praticidade da internet envolve riscos. O Google e outras ferramentas de busca facilitam a localização de produtos com preços competitivos, mas sem garantia de confiabilidade das empresas que os oferecem.

Os analistas financeiros da Hargreaves Lansdown recomendam fazer pesquisas em órgãos responsáveis por registros de empresas antes de fazer uma compra. Esse simples procedimento, segundo eles, poupa muitos aborrecimentos.

Os usuários do Google e de outras plataformas online muitas vezes são impelidos a comprar produtos desnecessários, porque um simples clique em um anúncio os transforma em vítimas da publicidade digital. Como disse Vix Leyton no podcast Spenditwidily.com, “os anúncios nos perseguem na internet como fantasmas em casas assombradas”.

Charles Brook, sócio da empresa de consultoria financeira Poppleton & Appleby, advertiu: “Há 20 anos o Google é uma fonte primária de consulta, na qual a avaliação da qualidade e do valor de um produto, ou de serviços baseia-se apenas em sua presença online”.

Paul Went, gerente de desenvolvimento de produtos do Shawbrook Bank, disse: “Muitas empresas usam o AdWords do Google para anunciar preços mais baixos do que outras empresas. Mas, na maioria das vezes, os consumidores surpreendem-se com um preço mais caro ao chegarem no caixa, em razão de acréscimos durante o processo de finalização da compra do produto. Essa é uma estratégia promocional enganosa que combatemos.”

Na visão de Nathan Baranowski, diretor da empresa de tecnologia Ojo Solutions, o fácil acesso ao Google transformou os usuários em consumidores inconscientes atraídos pela oferta de produtos ao alcance de um clique que dura minutos, sem uma pausa para reflexão.

Rick Smith, diretor da empresa de consultoria financeira Forbes Burton, e grande crítico do consumismo na internet, disse que, “a publicidade digital estimula o consumo, sobretudo quando o marketing associa os produtos a imagens de celebridades. A publicidade online também usa slogans de marketing como “compre agora antes que os estoques terminem” ou “aproveite os preços de nossos produtos em uma curta campanha promocional”, que estimulam a compra de artigos supérfluos e gastos desnecessários”.

É um sintoma de uma era digital em que as lojas virtuais atraem consumidores que podem adquirir seus produtos com preços abaixo do mercado, facilidade de compra e rapidez na entrega. Talvez uma tendência irreversível, apesar das críticas.

Fonte:
Independent-How Google can be bad for your financial health

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