Se arrependimento matasse, não haveria cemitério para tantos tucanos

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Charge do Mário Adolfo (Arquivo Globo)

BERNARDO MELLO FRANCO
O Globo

Se arrependimento matasse, não haveria cemitério para tantos tucanos. Às vésperas da eleição, o PSDB lamenta suas escolhas nos últimos quatro anos. “Nosso grande erro foi ter entrado no governo Temer. Fomos engolidos pela tentação do poder”, resume o senador Tasso Jereissati.

Em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o tucano enumerou “erros memoráveis” do partido. Todos cometidos a partir da reeleição de Dilma Rousseff, em 2014. “O primeiro foi questionar o resultado eleitoral. Começou no dia seguinte”, lembrou Tasso. Além de pedir a recontagem dos votos, o PSDB tentou barrar a posse da adversária no tapetão judicial.

VOTOS ERRADOS – “O segundo erro foi votar contra princípios básicos nossos, sobretudo na economia, só para ser contra o PT”, prosseguiu o senador. Referia-se à aliança com Eduardo Cunha para sabotar o governo Dilma. Os tucanos ajudaram a sepultar o fator previdenciário, criado na gestão FH para reduzir o déficit da Previdência.

“Mas o grande erro, e boa parte do PSDB se opôs a isso, foi entrar no governo Temer. Foi a gota d’água, junto com os problemas do Aécio”, concluiu Tasso. Foi uma forma elegante de citar as denúncias contra o senador mineiro, gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley Batista. Aécio foi salvo da degola pela ministra Cármen Lúcia, que deixou ontem a presidência do Supremo.

ALCKMIN DESCONVERSA – Na sabatina do Globo, Geraldo Alckmin desconversou sobre a autocrítica de Tasso. “O PSDB não tem nada a ver com esse governo”, disse. Conversa fiada, porque o partido chegou a ter cinco ministros no gabinete de Michel Temer. Um deles era Alexandre de Moraes, que foi secretário de Alckmin em São Paulo.

O remorso dos tucanos não é gratuito. Antes de embarcar no “grande acordo nacional”, o PSDB liderava as pesquisas para a eleição de 2018. Hoje seu candidato tem apenas 10% das intenções de voto.

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