Em procissão, peregrinos correram para cobrir o corpo de Déborah de Robertis e chamaram a polícia
LOURDES — A artista franco-luxemburguesa Déborah de Robertis, de 34 anos, terá que prestar contas à justiça francesa por ter tirado a roupa numa procissão na entrada da gruta do Santuário de Lourdes, na França. O local, onde Virgem Maria teria feito uma aparição, é sagrado para a religião católica.
“As pessoas que estavam no local avisaram à polícia, que a colocou em prisão provisória por algumas horas”, informou à AFP o procurador de Tarbes, Pierre Aurignac, segundo o qual a jovem reivindicou a relevância artística de sua ação.
Em outubro passado, a jovem já havia sido convocada por um tribunal de Paris por exibição sexual, após realizar uma ação semelhante no Museu do Louvre, perto do quadro da “Mona Lisa”.
Em fevereiro, foi declarada não culpada de outras duas atuações: em 2014 e 2016. Déborah foi convocada pela Justiça por dois nus no Museu d’Orsay, em Paris, diante dos quadros “A Origem do Mundo”, de Gustave Courbet, e “Olympia”, de Edouard Manet.
A artista terá que comparecer a uma audiência em 19 de maio, para ser julgada por exibição sexual. O Santuário de Lourdes anunciou em comunicado que havia denunciado a mulher, que se apresentou “completamente nua na gruta”.
“Condenamos este ato de exibicionismo, que chocou os fiéis que estavam na gruta naquele momento”, publicou o santuário, citando “um ato premeditado, ligado a uma ação supostamente artística”. “Lamentamos tamanho desprezo pela consciência religiosa e liberdade de culto”, anunciou o comunicado.
Segundo o site do semanário francês “Journal du Dimanche”, que divulgou o caso, a artista feminista tirou a roupa no santuário e se posicionou com as mãos juntas e a cabeça coberta por um véu azul diante da gruta.