Haddad e Ciro travam batalha pelo espólio de Lula e dividem a esquerda

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Ciro e Haddad: amigos, amigos, negócios à parte

Daniela Lima
Folha

Dois nomes dominam a disputa pelo eleitorado que vai influenciar de maneira decisiva a corrida presidencial. Ciro Gomes (PDT) e Fernando Haddad (PT) são os que mais avançam sobre o espólio de Lula, indica o Datafolha. Haddad, candidato ainda oficioso do PT, atraiu os setores em que o padrinho político despontava: cresceu entre os mais pobres, no Norte e no Nordeste e entre os que têm ensino fundamental. Ciro também avançou sobre esses votos. Anúncio de nova batalha, a da esquerda.

A campanha de Ciro vinha dizendo há dias que só via uma vaga disponível no segundo turno –e apostava que ela ficaria entre o pedetista e Haddad. No PDT, o palpite hoje é de que um dos dois passará à próxima fase da disputa para rivalizar com Jair Bolsonaro (PSL).

MUDAR O TOM – Ciro foi preparado para mudar de atitude com relação a Haddad e deve começar a criticar o petista. O caminho indicado: indagar como alguém que não se reelegeu prefeito de São Paulo pode estar gabaritado para disputar a Presidência.

Sobre a última pesquisa do Datafolha, o detalhamento do Datafolha mostra que, na região Nordeste, mesmo com uma campanha tímida, Haddad subiu oito pontos percentuais em comparação com levantamento de agosto, de 5% para 13%. Ciro subiu seis, de 14% para 20%. No Norte, o pedetista passou de 10% para 14% e Haddad de 5% para 13%.

JÁ SABEM –?Uma análise com foco só nos eleitores que declaram voto em Ciro mostra que 43% deles sabem que Fernando Haddad é o escolhido de Lula. Outros 11% acham que o indicado do ex-presidente é o pedetista e 38% não sabem quem foi o ungido. 

Apesar de Bolsonaro ter oscilado positivamente em quase todas as faixas do eleitorado na esteira da repercussão de seu atentado, o pior cenário pintado pelos rivais não se confirmou. Não houve um tsunami de adesões e a rejeição do candidato permanece alta em setores importantes, como o das as mulheres.

Publicitários que operam para candidatos ditos de centro temem hoje que o crescimento de Ciro Gomes o transforme no destinatário natural dos eleitores que tendem a optar pelo chamado voto útil contra Bolsonaro.

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