Coordenador da campanha de Meirelles pede discussão sobre gastos públicos

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Camargo diz que o teto dos gastos deve ser mantido

Deu em O Tempo
(Estadão Conteúdo)

O economista José Márcio Camargo, coordenador do programa econômico de Henrique Meirelles pré-candidato à presidência da República pelo MDB, defende o teto dos gastos públicos e afirma que a sociedade não quer mais aumento de carga tributária e terá agora que discutir as prioridades dos gastos públicos. Ele ressalta que a farra fiscal levou o Brasil à recessão de 2015 e 2016, quando o Produto Interno Bruto (PIB) per capta caiu 10%. “Só países em guerra civil tiveram esse tipo de comportamento na história.”

Ao defender a necessidade do ajuste fiscal, o economista citou que entre 1998 e 2013, o superávit primário do Brasil passou de 2% do PIB para 5%. “O país cresceu em média 4% ao ano, em média, nesse período.” De 2009 para cá, o superávit primário caiu desse patamar para um déficit de 3% do PIB.

DÍVIDA BRUTA – Além disso, Camargo ressaltou que no primeiro período, a dívida bruta atingiu 50% do PIB, mas no seguinte, a dívida saltou para 77% e o crescimento da economia foi negativo, com o PIB per capta encolhendo quase 10% em dois anos, em 2015 e 2016.

O economista disse que a economia cresceu 1% no ano passado e deve crescer 1,5% em 2018, reflexo da política do governo de Michel Temer de corte de gastos para a redução da dívida pública “Uma das nossas propostas é rediscutir todas as renúncias ficais e a forma de fazer o Orçamento”, afirmou o economista.

Com o teto, Camargo ressaltou que toda vez que um parlamentar quiser aprovar mais gasto para determinado setor, ele terá que justificar se este gasto é mais importante lá do que em outro segmento. “A partir desta emenda constitucional, a sociedade vai ter que discutir prioridades”, disse ele.

COBRINDO O DÉFICIT – Antes, o economista destacou que os recursos extras para elevar os gastos públicos vinham de mais tributos, ou aumento da dívida pública ou de mais inflação.

No Brasil, o economista ressaltou que historicamente, desde a era Getulio Vargas, as grandes corporações passaram a ganhar grande importância e não necessariamente elas definem corretamente as prioridades da sociedade, mas de seus próprios grupos. “Está na hora de diminuir a importância das corporações e aumentar a importância da sociedade civil.”

“O Brasil é um dos poucos países do mundo que tem impostos sobre importação de máquinas e equipamentos”, disse ele, destacando que a compra desses produtos é fundamental para a inovação e do progresso tecnológicos. Camargo destacou que se existe este imposto e a alta burocracia de importação desses materiais é porque há um grupo de corporações interessadas na manutenção da situação atual.

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