A ex-esposa do cantor Elvis Presley, Priscilla Presley, e a atriz Kim Basinger participaram de um protesto contra o consumo de carne de cachorro na Coreia do Sul

Atrizes estiveram entre os manifestantes em frente a consulado em Los Angeles para pressionar ação do governo coreano. (Foto: Reprodução)

As atrizes Priscilla Presley e Kim Basinger estiveram entre os manifestantes contra o consumo de carne de cachorro na Coreia do Sul na tarde de terça-feira (17) em Los Angeles. O protesto aconteceu em frente ao consulado coreano na cidade dos EUA. Eles pedem que o governo restrinja o consumo e o comércio de carne de cachorro, comum em alguns lugares da Coreia do Sul e de outros países da Ásia.

Priscilla Presley carregava o que parece ser um cachorro morto. O site de celebridades The Blast diz que era um cachorro de verdade, que havia sofrido eutanásia em uma clínica veterinária de Los Angeles.

Demanda

Labradores, beagles e outros cachorros latem quando seus salvadores os tiram das jaulas de uma fazenda na Coreia do Sul. Serão enviados às suas famílias de acolhida ocidentais para evitar que acabem em um prato. Ser produtor de carne canina está com as horas contadas no país. Diante de uma demanda cada vez mais baixa, o produtor Kim Young-Hwan aceitou fechar seu estabelecimento em troca de receber uma indenização da HSI (Humane Society International), associação com sede nos Estados Unidos.

É o segundo produtor em três anos que aceita esta proposta. Os montantes exatos são confidenciais, mas as transações ascendem a centenas de milhares de dólares, incluindo os custos de adoção.

Mas os chamados a proibir o consumo de carne de cachorro, que chegam em boa parte do exterior, chocam com reações comedidas, inclusive com acusações de hipocrisia ocidental. “Esta atividade está condenada. Quis parar antes de que fosse tarde demais”, suspira Kim, de 56 anos. Seu criadouro, situado em Namyangju, ao Norte de Seul, tinha 170 cães.

“Os preços despencaram nestes últimos anos”, explica à AFP. “Mal consigo chegar ao fim do mês. Além disso, os defensores dos animais me assediam o tempo todo. É duro”, acrescenta. Segundo as estimativas, os sul-coreanos consomem cerca de um milhão de cães a cada ano. É um prato delicado que se degusta no verão. A carne vermelha e gordurosa, sempre fervida por sua maciez, é considerada energética.

Mas a tradição está sendo perdida. Os cachorros são cada vez mais apreciados, mas como animais de estimação, e comer sua carne já é um tabu entre os jovens sul-coreanos. Os defensores dos animais intensificaram seus esforços para proibir seu consumo. Com campanhas que provocam debates acalorados, muitos sul-coreanos denunciam um duplo padrão cultural. “Não como cachorro, mas estou farto daqueles que afirmam que só os animais que são suficientemente bonitos ou suficientemente amáveis aos olhos ocidentais merecem viver”, critica um internauta.

Um quinto dos 50 milhões de sul-coreanos tem um animal de estimação, sobretudo gatos e cães, indica outro internauta. Mas para muitos, os cachorros “não são mais especiais que os cordeiros ou os coelhos”.

Um debate que existe em outras sociedades asiáticas consumidoras de cachorros, como a China, onde o festival da carne canina de Yulin atrai uma multidão de pessoas, para desgosto dos críticos ocidentais. Taiwan proibiu o consumo de carne de cachorro em abril. Alguns consideraram injusto querer salvar algumas espécies em virtude “de uma bonita lei em defesa dos animais”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *