A conta salgada de Temer com a Justiça começa a ser cobrada em janeiro

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Charge do Nani (nanihumor.com)

Leandro Colon
Folha

O pedido da Polícia Federal ao STF para prorrogar por 60 dias o inquérito dos portos pode ser celebrado por Michel Temer e ao mesmo tempo virar um motivo de preocupação para o presidente. Se o ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no Supremo, deferir o novo prazo, a investigação deve acabar no começo de setembro. A partir daí, a depender da conclusão policial, caberá à Procuradoria-Geral da República decidir se denuncia ou não Temer pela terceira vez.

O estilo adotado até agora pela chefe da PGR, Raquel Dodge, permite prever que ela não faria uma acusação contra o presidente da República durante a campanha eleitoral.

ARGUMENTO – Um nova denúncia dará aos aliados do Planalto o argumento fácil de que a PGR pretende influenciar na corrida presidencial – apesar do protagonismo irrelevante que o emedebista terá no palanque até outubro.

E mesmo que haja acusação da Procuradoria, entre setembro e outubro ou após a eleição, hoje parece remota a chance de o Congresso levá-la adiante afastando o presidente.

Não há interesse da classe política em tirá-lo do cargo com poucos meses para o fim de seu governo, por mais fraco e impopular que seja.

SANGRIA ÉTICA – O refresco a Temer para por aí. A continuidade das investigações da PF manterá exposta a sangria ética do emedebista pelos próximos meses e a devassa nas relações com o amigo e coronel João Baptista Lima Filho.

Ao pedir a prorrogação do inquérito, o delegado Cleyber Malta Lopes afirma que a estrutura empresarial do coronel serviu a interesses privados e públicos do presidente. Ele explora as contradições na reforma feita na casa de Maristela, filha de Temer, e bancada, segundo as investigações, com dinheiro vivo que saiu dos cofres de uma empresa de Lima, a Argeplan. A versão de Maristela fica cada vez mais frágil perante elementos colhidos pela PF.

Temer deve escapar de um julgamento político no segundo semestre, mas dificilmente fugirá de um acerto de contas com a Justiça a partir de 1º de janeiro, quando deixa o cargo.

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