Candidato de esquerda, Andrés Manuel López Obrador, lidera as pesquisas de intenção de votos para a presidência.
As eleições gerais no México começaram às 9h deste domingo (1º) e vão até as 20h, pelo horário de Brasília. Não há segundo turno no país e o resultado deverá ser conhecido na madrugada da segunda-feira.
Andrés Manuel López Obrador, ex-prefeito da Cidade do México, candidato a presidência que lidera as pesquisas de intenção de votos, já votou. Em disputa, estão os cargos de presidente, senadores, deputados federais e mais de 2.700 postos locais, como governadores e prefeitos, entre outros.
Se eleito, López Obrador se tornará o primeiro presidente de esquerda do México em décadas, rompendo o controle do governista Partido Revolucionário Institucional (PRI) e de seus adversários conservadores.
Segundo pesquisa publicada na última quarta-feira, López Obrador, de 64 anos, tem 24 pontos de vantagem sobre o adversário mais próximo na disputa presidencial, o conservador Ricardo Anaya, candidato de uma coalizão formada pela legenda de direita Partido Ação Nacional (PAN) e pela sigla de esquerda Partido da Revolução Democrática (PRD).
Obrador, conhecido pela sigla de suas iniciais AMLO e que concorre por uma aliança do seu Movimento Regeneração Nacional (Morena) com outros dois partidos, aparece com 51% das intenções de voto, enquanto Anaya tem 27%.
Também concorrem à presidência o economista José Antonio Meade, candidato governista do PRI, com 19% das intenções de voto, e Jaime Rodriguez, com 3%, candidato independente conhecido como “El Bronco” que foi acusado de arrecadar fundos de campanha de maneira irregular, o que nega.
López Obrador é um firme crítico da elite governista que promete erradicar a corrupção no país e pacificar o país assolado pela violência.
Combinando promessas de campanha com um panorama da história política do México, López Obrador prometeu em evento de final de campanha um governo “radical” que irá acabar com privilégios, erradicar a impunidade e encher o país de “autoridade moral”.
Governo de Peña Nieto
Enrique Pieña Nieto, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou ininterruptamente de 1929 a 2000, deixa o país com uma enfraquecida confiança pública. Dois em cada 10 mexicanos aprovam sua gestão (21%), mas 69% não gostam de seu desempenho, de acordo com a última avaliação da Consultoria Mitofsky, difundida em fevereiro.
Os seis anos de Pieña Nieto na presidência foram marcados por reformas de grande porte (não isentas de polêmica) e vários escândalos de corrupção e denúncias de violações dos direitos humanos.
Recorde de violência
O México encerrou sua campanha eleitoral como recorde da “mais violenta” dos últimos anos, segundo um informe da consultoria Etellekt. Desde setembro, quando começou a pré-campanha, houve 124 políticos assassinados, entre eles 29 pré-candidatos e 18 candidatos, segundo balanço da empresa e de veículos locais, citado pela AFP.
Vários candidatos consultados pela agência reconheceram fazer sua campanha com medo e alguns deles decidiram contratar seguranças.
A violência eleitoral se soma à que diariamente angustia os mexicanos, que fecharam 2017 com a cifra recorde de 25.339 assassinatos.