É a primeira vez que um presidente dos EUA se reúne com um líder norte-coreano
Kim e Trump se encontram para discutir a desnuclearização da Coreia do Norte, no primeiro encontro de um presidente americano e um líder norte-coreano – SAUL LOEB / AFP
Após um aperto de mão histórico, acompanhado pelo mundo inteiro, os dois líderes apareceram diante das câmeras conversando em tom amigável, com sorrisos, um segundo cumprimento e tapinhas nas costas. Em seguida, Trump sentou-se ao lado de um sorridente Kim na frente de repórteres e disse que estava confiante de que as negociações seriam um “tremendo sucesso”. Os dois mostravam-se cordiais, embora Kim estivesse menos efusivo do que no seu recente encontro com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in. Mais uma vez, os dois apertaram as mãos publicamente.
— Nós teremos uma tremenda relação. Eu não tenho dúvida — disse o presidente americano.
Por sua vez, Kim disse que Coreia do Norte e Estados Unidos superaram o obstáculo de uma história difícil a fim de realizar a cúpula:
— O caminho para chegar até aqui não foi fácil — Kim disse, sentando-se à mesa com Trump. — Os velhos preconceitos e práticas funcionaram como obstáculos no nosso caminho, mas superamos todos eles e estamos aqui hoje.
A primeira parte da reunião da cúpula incluiu um encontro apenas entre Trump e Kim, acompanhados dos seus tradutores, com o objetivo de estabelecer um laço de confiança entre os dois líderes — ao longo de meses, eles trocaram ofensas mútuas publicamente, além de fervorosas e aparentemente impetuosas ameaças em tom belicoso, o que gerou preocupações globais de uma possível guerra nuclear entre os dois lados. Em seguida, cerca de 40 minutos depois, os dois líderes reapareceram juntos e se dirigiram a uma mesa para um almoço de trabalho com os seus assessores, que trabalharam intensamente por semanas para possibilitar o encontro — que, em maio, chegou a ser cancelado por Trump numa carta endereçada a Kim.
Do lado de Trump, estavam o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, o chefe de Gabinete, John Kelly, e o conselheiro de Segurança Nacional, John Bolton. Do lado de Kim, a delegação incluiu o general Kim Jong-chol, que tem sido o braço-direito do líder supremo nas negociações.
— Trabalhando juntos nós vamos cuidar disso — disse Trump a Kim no começo da segunda reunião. — Vamos resolver.
Em inglês, Kim disse a Trump:
— Prazer em conhecê-lo, senhor presidente.
Em sua visita a Cingapura, Trump almoçara mais cedo com o primeiro-ministro do país, Lee Hsien Loong, enquanto os diplomatas americanos e norte-coreanos se reuniam para discutir o tipo de linguagem que deverá ser utilizada num comunicado conjunto a ser emitido por Trump e Kim após o seu encontro. A Casa Branca já havia anunciado que o presidente americano deixará Cingapura poucas horas depois da cúpula, tendo apenas um dia de reunião com Kim. Há especulações de que o chefe da Casa Branca poderia, assim, estar tentando pressionar o líder norte-coreano.
Com dúvidas restando sobre o que a desnuclearização implicaria, autoridades de ambos os lados conversaram por duas horas para avançar com a agenda do encontro antes da reunião de cúpula da terça-feira. Segundo Pompeo, os Estados Unidos estão dispostos a dar à Coreia do Norte “garantias de segurança únicas”, diferentes das propostas até agora, em troca de uma desnuclearização “completa, comprovável e irreversível”.
QUESTÕES DELICADAS SOBRE A MESA
Segundo a agência estatal de notícias da Coreia do Norte, Kim e Trump discutirão “um mecanismo permanente e duradouro de paz” para a Península Coreana, a desnuclearização da região, e assuntos de interesse mútuo. Mas ainda não se sabe claramente qual é a agenda completa da cúpula. Pode ser que o encontro seja apenas um primeiro contato entre os líderes.
#Trump said one-on-one meeting with #Kim "very, very good" before they moved to expanded bilateral talks #TrumpKimSummit
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