População passa horas em filas em busca de botijões. Neste sábado (9), parte dos locais visitados não tinha gás de cozinha para vender.
Moradores do Grande Recife seguem com dificuldades para comprar gás de cozinha, mesmo após a liberação dos caminhões que transportam o material do Porto de Suape. Neste sábado (9), em muitos pontos de venda, o produto sequer chegou para revenda. Com isso, o carvão vem sendo vendido nesses locais como alternativa para cozinhar.
Nos locais onde chega gás de cozinha, os botijões de 13 quilos passam poucas horas no estoque, por causa das longas filas que se formam em frente aos estabelecimentos.
No bairro de Campo Grande, na Zona Norte do Recife, moradores formaram filas em frente aos depósitos desde cedo. Não tinha gás, mas havia previsão de chegada. De acordo o vendedor Daniel Gomes Barbosa, os botijões, vendidos a R$ 65, acabam rapidamente no local.
“Ontem, chegou em torno de 100 botijões. Às 7h, já tinha acabado. Não tem previsão de chegada, mas estamos na expectativa”, disse.
Desempregado, Alexsandro Bezerra conseguiu comprar o gás na quinta-feira (7) e, neste sábado (9), resolveu tentar de novo. Parentes e vizinhos pagaram R$ 10 para que ele esperasse na fila por eles.
“Eu não estou vendendo. Eu estou pegando o gás para o pessoal e eles me ajudam. Eu estou cobrando R$ 10″, afirmou.
No bairro do Ipsep, na Zona Sul, uma das revendedoras abriu na sexta-feira (8), mas, neste sábado, colou na entrada um aviso informando que não há previsão de chegada dos botijões, que também estavam sendo vendidos a R$ 65.
A enfermeira Danielle Couto passou por vários bairros procurando gás, sem sucesso. “Vim procurar gás. Já passei pelos bairros do Jordão, Vila Tamandaré, Areias e, agora, vim aqui no Ipsep. Não vou rodar mais, porque, daqui a pouco, não tenho mais combustível”, disse Danielle.
Preços abusivos
Com um custo médio de R$ 65 no Grande Recife, os botijões de gás não têm sido encontrados com facilidade devido ao abastecimento irregular. A reportagem flagrou comerciantes que começaram a cobrar preços abusivos diante da dificuldade que os consumidores têm tido para comprar o produto.
Fiscalização
Segundo o Procon-PE, os preços abusivos são ilegais e a população pode fazer denúncias na internet ou pelo número 0800.282.1512. A ligação é gratuita. A fiscalização também foi ampliada para coibir práticas que causem prejuízo aos consumidores.