Caminhoneiros autônomos se reúnem com integrantes do governo no Planalto

Grupo não aceitou proposta de acordo apresentada na quinta-feira (24) e foi chamado a Brasília para negociar. Greve dos caminhoneiros chegou ao 7º dia neste domingo.

 Por Fernanda Calgaro e Fernanda Vivas
Um grupo de representantes de caminhoneiros autônomos foi chamado na noite deste domingo (26) ao Palácio do Planalto para se reunir com integrantes do governo.

Na última quinta (24), o governo e entidades da categoria apresentaram uma proposta de acordo para suspender a paralisação por 15 dias.

O grupo chamado neste domingo participou das negociações, mas não assinou o texto apresentado e foi chamado de volta para uma nova conversa.

Ao contrário das expectativas do governo, os caminhoneiros não deixaram as rodovias. Diante disso, o presidente Michel Temerautorizou o uso das Forças Armadas para desbloquear as estradas e editou um decreto permitindo ao governo assumir o controle de caminhões.

A paralisação dos caminhoneiros chegou ao sétimo dia neste domingo, provocando uma crise de desabastecimento de combustível e alimentos.

Caminhões parados no acostamento da Rodovia Régis Bittencourt, em São Paulo (Foto: TV Globo/Reprodução)
EXIGÊNCIAS

Entre as exigências do grupo chamado ao Planalto neste domingo está a edição de uma medida provisória (MP) sobre o preço mínimo de frete. Há, atualmente, um projeto na pauta do Senado que trata deste assunto e pode ser votado esta semana.

No entanto, os caminhoneiros exigem que o tema seja decidido por medida provisória, uma vez que, publicada no “Diário Oficial da União”, a MP tem validade imediata de lei.

O grupo também pede que as alíquota do PIS-Cofins e da Cide sejam zeradas. Demanda, ainda, que o preço do diesel volte ao valor de julho de 2017 e fique congelado por 90 dias.

Um dos representantes do grupo, Gilson Baitaca (Movimento dos Transportadores de Grãos – Mato Grosso) afirmou que o acordo não terá validade se as medidas acertadas não estiverem no “Diário Oficial”.

“Nenhum acordo que nós firmarmos hoje terá nenhuma validade sem antes se tornar público nos meios oficiais do governo”, afirmou.

Acrescentou, ainda, que o setor “vive de promessas” e nunca foi atendido. “O setor vive de promessas há 19 anos, desde a greve de 1999 e o setor nunca foi atendido como deveria ter sido atendido. Vem pagando a conta junto com toda a sociedade. Porém, é o primeiro que sofre com o aumento dos combustíveis”, afirmou.

Baitaca diz que o grupo foi ignorado na última quinta, quando o governo anunciou a proposta de acordo. “Nós estávamos aqui na quinta-feira e fomos, vamos dizer assim, ignorados. Eu estava aqui na quinta-feira e fomos ignorados porque nós não aceitamos o acordo. Nós não fizemos acordo, nós não assinamos acordo”, declarou.

“Estamos lutando por um direito que há muito tempo vem sendo buscado e não é atendido”, concluiu.

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