Mariana Oliveira
TV Globo, Brasília
A defesa do ex-ministro Guido Mantega pediu nesta quinta-feira (17) ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, que não envie ao juiz federal Sérgio Moro os trechos das delações do grupo J&F referentes ao ex-ministro da Fazenda. Os advogados de Mantega questionaram na Corte o pedido da Procuradoria Geral da República para que trechos das delações sejam remetidos ao juiz de primeira instância.
Nesta quarta (16), a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou pedido semelhante.
ARGUMENTOS – Assim com a defesa de Lula, os advogados de Mantega questionaram o pedido da PGR, apresentado na semana passada. No documento, a procuradora-geral Raquel Dodge pediu que 80 trechos das delações sejam enviados para várias instâncias judiciais pelo país.
Em relação a Mantega, as delações envolvem suspeitas em fundos de pensão e na remessa de dinheiro para o exterior. Dodge pediu que cópias dos depoimentos sejam enviados à Justiça Federal em Brasília e para Justiça Federal no Paraná.
SEM LIGAÇÃO? – Os advogados sustentam que, após a delação da J&F, Edson Fachin enviou trechos tanto para Brasília quanto para Curitiba, mas, diante de recurso da defesa de Lula, a Segunda Turma reformou a decisão e entendeu que não havia ligação com os fatos apurados no Paraná.
“Não há razão para que aquele douto Juízo seja destinatário de relatos complementares a fatos que, por determinação desse e. STF, não estão sendo lá apurados, mas sim na Seção Judiciária do Distrito Federal”, afirmou o advogado Fábio Tofic.