Esquerda se une contra prisão de Lula, mas ainda descarta candidatura única

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Charge do Moisés (Arquivo Google)

Angela Boldrini e Daniel Carvalho
Folha

Líderes da oposição na Câmara dos Deputados afirmaram que os partidos de esquerda devem se unir contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, determinada pelo juiz Sergio Moro nesta quinta-feira (4), mas descartam candidatura única nas eleições. Segundo o líder do PSOL na Casa, Ivan Valente, o partido tem uma postura contrária à prisão e favorável à candidatura de Lula mesmo tendo lançado candidato próprio ao Planalto, o líder do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) Guilherme Boulos.

“O partido tem posição contrária a essa sinalização de perseguição política e falta de imparcialidade com que a Justiça está tocando o processo do Lula”, afirmou. Ele disse haver “clara pressa” para prender o petista, que teve o habeas corpus negado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) nesta quarta (4).

SEM UNIDADE – Valente, no entanto, não acredita que a prisão unificará a esquerda em torno de uma candidatura única nas eleições de 2018. “O PT mesmo com uma inviabilidade da candidatura do Lula tende a tentar transferir a popularidade para uma candidatura própria”, disse.

Segundo o despacho de Moro, Lula tem até as 17h desta sexta-feira (5) para se entregar à Polícia Federal. Amigo de Lula, o deputado Orlando Silva (PC do B-SP) disse que a tendência é a união da esquerda em torno de Lula, mas disse que ainda é cedo para saber como o grupo se comportará nas eleições.

“Vai radicalizar a cena política do Brasil. O debate será mais sectário. O primeiro impacto é de produzir solidariedade ao presidente Lula. As arbitrariedades aproximam as esquerdas”, afirmou Orlando Silva.

CELERIDADE – O deputado também criticou a celeridade da decisão de Moro e decidiu antecipar sua ida para São Bernardo, onde vive o ex-presidente, para esta quinta-feira (5), para apoiar o ex-presidente. “Fica claro que há uma sanha para que haja um justiçamento do presidente Lula. O próprio STF foi atropelado”, criticou o deputado.

Já os líderes de partidos governistas comemoraram a decisão de Moro. Segundo o líder do DEM, Rodrigo Garcia (SP), a determinação da prisão de Lula mostra que “a lei é para todos”. “Ela mostra que todos os brasileiros têm que cumprir a lei”, disse.

Outros adversários procuraram minimizar o impacto da determinação de prisão de Lula no cenário eleitoral. “Não desestabiliza o processo eleitoral. Escolhemos [nosso candidato à Presidência, Geraldo Alckmin (SP)] antes de sair a decisão. Estamos preparados para o combate”, afirmou Ricardo Tripoli (SP), ex-líder do PSDB na Câmara.

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