Barbosa pode representar lufada de ar em 2018

Por Josias de Souza

Num instante em que o brasileiro tem saudades do tempo em que mala era apenas um utensílio para levar roupas numa viagem, a candidatura de Joaquim Barbosa pode representar uma lufada Jpaquimde ar fresco na campanha sucessória de 2018. Há uma fome de limpeza na atmosfera. E o ex-presidente do Supremo reúne as credenciais para seduzir o pedaço do eleitorado que está de saco cheio da corrupção.

Barbosa está a um passo de se filiar ao PSB, plataforma de lançamento de sua provável candidatura presidencial. Numa campanha liderada pelo ficha-suja Lula e apinhada de encrencados na Lava Jato —como Michel Temer, Rodrigo Maia e Geraldo Alckmin— o ex-relator do processo do mensalão entra em cena com as credenciais de quem abriu o caminho da cadeia para corruptos poderosos.

Falta-lhe traquejo político. Num sistema partidário em que as práticas saem pelo ladrão, isso pode contar a seu favor. Não dispõe de experiência administrativa. O petismo ficou 13 anos no poder e deu em impeachment e em Michel Temer. O pavio de Barbosa é curto. Mas ninguém o verá metido em conciliábulos com Valdemar ‘mensalão’ Costa Neto ou Ciro ‘petrolão’ Nogueira.

Difícil saber como seria uma Presidência de Joaquim Barbosa. Mas como candidato ele pode oferecer ao eleitorado uma mercadoria escassa na cena eleitoral brasileira: a esperança de que, a partir de janeiro de 2019, o combate à corrupção será mais do que uma prioridade retórica. De resto, sabe-se de antemão que o líder de um eventual governo Barbosa no Congresso não será Romero Jucá.

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