Os que sacaram armas contra caravana são policiais

Pelo menos dois soldados da Brigada Militar no município de Bagé (RS), no último dia 19 de março, sacaram suas armas e apontaram para integrantes da caravana Lula pelo Brasil. O homem armado que aparece em destaque na imagem acima é conhecido como Soldado Corrêa e faria parte de uma equipe de inteligência da brigada, que se mistura em manifestações vestindo trajes civis, teoricamente em busca de identificar e impedir atitudes violentas e contrárias à lei realizadas durante protestos populares.

Testemunhas que estavam no local, no entanto, afirmam que os policiais em questão em nenhum momento tentaram impedir a violência de manifestantes pró-Jair Bolsonaro e apenas sacaram suas pistolas quando integrantes da Caravana Lula pelo Brasil se aproximaram de um grupo da direita que agrediam um participante da caravana.

A jornalista Rochele Barbosa, do jornal O Minuano, de Bagé, cobre segurança pública no município e de pronto reconheceu os militares nas fotos. “Os dois que aparecem na foto são da brigada militar sim, o que aparece mais à frente é o soldado Corrêa. Eu estava no local no momento desta foto. Inclusive tinham mais policiais junto com eles, são do grupo que a polícia chama de P2, agentes infiltrados em manifestações, pessoal da inteligência da Brigada Militar”, narra a jornalista.

Um integrante da marcha que teve uma das armas apontada para o seu peito, e que pediu para não ser identificado por temer represálias, descreveu: “Eram pelo menos quatro homens armados. Nossos companheiros estavam sendo agredidos do lado deles, e não fizeram nada. Quando chegamos para ajuda-los, então os homens sacaram as armas, apontaram para nós mandando que a gente ficasse longe. Em nenhum momento se identificaram como policiais. em nenhum momento pareceu que estavam ali para manter a lei e a ordem”, descreve o membro da caravana.

Já a Brigada Militar não confirma nem nega que os homens da foto são policiais. A reportagem da Fórum conversou com o major Euclides Maria da Silva Neto, chefe da comunicação da Brigada Militar, e mostrou a ele as imagens. Ele disse não identificar de pronto o rosto dos agentes, mas disse que a brigada mantém agentes infiltrados em manifestações e concluiu afirmando que “a Brigada Militar está apurando as circunstâncias que envolvem o fato”.  (Revista Fórum – Por Vinicius Segalla)

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