Novo acordo transpacífico estimulará trocas comerciais entre países

O CPTPP resultará em um grande fluxo de bens, serviços e investimentos entre os países da região do Pacífico

Novo acordo transpacífico estimulará trocas comerciais entre países
O acordo proporcionará um crescimento econômico de 1,7% aos países membros (Foto: Twitter/Chile MFA)
As perspectivas do comércio global são sombrias. Donald Trump assinou um decreto que impõe  tarifas pesadas à importação de aço e alumínio . A tensão aumentou com a ameaça da China e da União Europeia (UE) de fazerem retaliações comerciais. As notícias sobre as possíveis guerras comerciais atraem a atenção dos leitores nas manchetes dos jornais, mas elas ainda são uma hipótese. Porém, a assinatura do Acordo Abrangente e Progressivo para a Parceria Transpacífica (CPTPP), em 8 de março, pelos ministros do Comércio de 11 países em Santiago, na capital do Chile, é uma realidade. O que significa essa nova parceria no contexto do comércio mundial?

Durante quase dez anos, 11 países da região do Pacífico e os Estados Unidos discutiram as cláusulas de um acordo de livre comércio extremamente ambicioso. O texto do Tratado Transpacífico (TPP) tinha 30 capítulos que abrangiam diversas áreas, de legislação trabalhista, direitos de propriedade intelectual a meio ambiente. Segundo Barack Obama, um grande defensor do tratado, o TPP “ditaria as regras do comércio global”.

No entanto, durante a campanha presidencial, Trump chamou o TPP de um “péssimo acordo” e no primeiro dia após a posse ele assinou uma ordem executiva retirando os EUA do Tratado Transpacífico. Sem a participação de uma potência econômica como os EUA, muitos pensaram que a ideia de uma parceria comercial entre países da região do Pacífico era inviável. Entretanto, das cinzas do TPP surgiu o CPTPP.

Na opinião de Deborah Elms, do Asian Trade Center, o CPTPP é o “acordo de livre comércio mais importante dos últimos 20 anos”. Seu texto incorporou cláusulas do TPP, com algumas modificações. O acordo entre a Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã abrange 13,5% da economia mundial e dará acesso aos principais mercados asiáticos.

Segundo estimativas do Peterson Institute for International Economics, o acordo proporcionará um crescimento econômico de 1,7% aos países membros, uma taxa, em média, maior do que a prevista até 2030 antes de sua assinatura. Os maiores beneficiários, em termos percentuais, são os países mais pobres, como o Vietnã e o Peru, que devem ter um crescimento econômico de 2% a 3%.

Assim como os EUA, a China não mostrou interesse em participar do CPTPP e preferiu fazer seus próprios acordos comerciais. A Parceria Econômica Abrangente Regional (RCEP), o mais importante entre esses acordos, reúne os dez países membros da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), além da Austrália, Índia, Japão, Coreia do Sul e Nova Zelândia. Mas o RCEP é bem menos abrangente, com benefícios proporcionalmente menores.

A criação do CPTPP diminuirá o poder hegemônico da China no continente asiático e representa uma vitória dos 11 países do TPP que, apesar de não contarem com a parceria dos EUA, acreditaram na importância do livre comércio para a prosperidade da região do Pacífico.

Fonte: The Economist-What on earth is the CPTPP?

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