O uso de itens alternativos é perigoso, segundo alerta o infectologista Felipe Prochasca
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Cerca de dois mil pacientes precisam de bolsa de colostomia em Pernambuco, mas um atraso na entrega do produto levou os pacientes a acionar o Governo do Estado na Justiça.
Pacientes foram até o hospital Barão de Lucena, no bairro da Caxangá, local de entrega das bolsas, mas não havia produto para ser entregue. As bolsas custam R$ 15, valor que compromete o orçamento das famílias de baixa renda.
Segundo o Rádio Jornal de Pernambuco, alguns doentes precisaram improvisar usando sacolas ou camisinha feminina.
No entanto, o uso de itens alternativos é perigoso, segundo alerta o infectologista Felipe Prochasca. “Toda adptação (com esse material) já começa errada. E aí ao se adaptar você aumenta os riscos. A bolsa de urina, por exemplo, ela não é hermeticamente fechada, grudada à pele, e a tendência é não conseguir coletar nada que seja pastoso ou sólido. Ela já tem uma tendência de entupir com facilidade, fazendo com que haja exposição maior da ferida”.
A colostomia é uma bolsa de plástico hermeticamente fechada para proteger o ambiente e a pessoa que está utilizando. “Quando se usa sacola está tirando um acumulo de detritos, mas fezes e líquidos continuam saindo e ficando expostos. A sacola não é, em nenhum momento, alternativa”, destaca o especialista.
A vice-presidente da associação dos ostomizados, Madalena Vasconcelos, afirma que o sofrimento é indescritível. “Não tem previsão de quando vão chegar as bolsas. Os pacientes improvisam: eles estão colocando até sacola de supermercado e camisinha feminina para poder economizar. É que não tem a verba pra comprar o nosso material porque ela vem federal, ela não vem específica só para ostomizado. Vem para manter o hospital. Eles tiram uma parte para comprar nosso material, mas até agora não compraram nada”.
A direção do Hospital Barão de Lucena informa que a chegada das bolsas de colostomia depende de uma licitação em andamento.
NAOM/UH