Preço do barril chegou a US$ 100, em 2014, caiu para US$ 27, em 2016, e este ano chegou a US$ 70. Tal volatilidade tem explicação
Tamanha volatilidade impressiona, mas há explicação. A queda observada há dois anos, se deve, em parte, à queda na demanda – com uma grande preocupação em relação à economia da China – e, em parte, à abundante oferta do recurso. Países membros da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) – que têm o custo de extração em torno de US$ 10 por barril – aumentaram a produção de petróleo.
A Arábia Saudita tinha bons motivos para manter a produção a pleno vapor. Uma vasta oferta seria capaz de minar o crescimento do setor de produção de xisto nos EUA. O xisto é um tipo de rocha que quando aquecida libera óleo e gases ricos em hidrocarbonetos que podem servir de alternativa ao petróleo tradicional. Nos últimos anos, os EUA descobriram grandes reservas de gás de xisto em seu território e aumentaram o investimento no setor. Além disso, para o governo saudita, manter a ampla produção neutralizaria o Irã, seu rival no Oriente Médio, que retornou ao mercado após a suspensão das sanções internacionais.
No entanto, a demanda por petróleo se recuperou rapidamente. A China retomou o crescimento com investimento em crédito e outros incentivos ao consumo. O preço das commodities voltou a subir e a retomada da economia global começou a dar sinais visíveis.
No final de 2016, os países da Opep concordaram em reduzir a produção de petróleo. A medida teve poucos efeitos imediatos, mas ao final do ano passado começou a dar frutos. A demanda superou a oferta e, como consequência, o preço do petróleo voltou a subir. Para alguns analistas, é improvável que o preço do petróleo retorne ao patamar de US$ 100 por barril , já que isso impulsionaria a produção de xisto nos EUA. O barril cotado a US$ 70 consegue manter relativamente controlado este setor americano.
Além disso, para aos países da Opep é inviável manter a produção de petróleo em alta por muito tempo. Tais economias são dependentes do petróleo e manter o preço do barril próximo ao custo da extração exige reformas que normalmente não surtem efeitos rapidamente.
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