Incêndio em Portugal teve ‘mão criminosa’, diz chefe dos bombeiros

Jaime Marta Soares contesta versão da polícia e afirma que fogo começou cerca de duas horas antes de trovoada. Ele questiona rapidez com que autoridades divulgaram suposta causa do fogo e pede investigação.

 Um avião de combate à incêndios despeja água sobre um incêndio perto da aldeia de Pedrogão Grande, em Portugal. Mais de 2 mil bombeiros lutam para conter grandes incêndios florestais na região central do país (Foto: Paulo Duarte/AP)

Por Deutsche Welle

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, afirmou nesta quarta-feira (21) que o incêndio que atingiu o município de Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e deixou 64 mortos e mais de 200 feridos teve origem criminosa.

“O incêndio já ocorria há cerca de duas horas quando houve o problema com raios, que provocaram um conjunto de ignições acrescentadas àquele incêndio que já era de uma violência extraordinária”, afirmou Soares, citado pela imprensa portuguesa.

A versão de Soares é diferente da apresentada pela Polícia Judiciária (PJ). Segundo o órgão, o fogo teria começado após uma trovoada seca e se espalhado pela floresta, devido à baixa umidade e à vegetação seca. Portugal enfrenta uma onda de calor, com temperaturas que chegaram a ultrapassar os 40 ºC.

Para o presidente da Liga dos Bombeiros, o primeiro foco de incêndio começou cerca de duas horas antes da trovada. “Eu tenho para mim que o incêndio teve origem em mão criminosa”, acrescentou.

Soares questionou ainda a rapidez com que foi anunciada a causa do incêndio pela PJ, já no dia seguinte à tragédia, e pediu que o caso seja devidamente investigado. De acordo com o jornal português Público, a Polícia Judicial irá ouvir o presidente da Liga dos Bombeiros sobre os indícios que geraram as acusações.

Autoridades portuguesas anunciaram nesta quarta que conseguiram controlar 95% do incêndio, que começou no último sábado. Mais de mil bombeiros trabalham para conter as chamas na região.

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