João Santana cita Lula e diz que decisões dependiam ‘da palavra final do chefe’

Ministro Edson Fachin, do STF, retirou nesta quinta o sigilo das delações premiadas de Santana e Monica Moura, que trabalharam nas campanhas eleitorais a presidente de Lula e Dilma.

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Relator da Lava-Jato no STF derruba sigilo das delações de Mônica Moura e João Santana

O marqueteiro João Santana afirmou em depoimento em delação premiada à Procuradoria-Geral da República que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha conhecimento dos pagamentos feitos à empresa dele no exterior.

Segundo João Santana, responsável pelas campanhas eleitorais a presidente de Lula em 2006 e 2010 e de Dilma Rousseff em 2014, o ex-ministro Antonio Palocci sempre afirmava que as “decisões definitivas” dependiam da “palavra final do chefe”.

Santana disse ter participado de encontros com Palocci nos quais disse ter ficado “claro” que Lula “sabia de todos os detalhes, de todos os pagamentos por fora recebidos pela Pólis [a empresa de Santana]”.

“Apesar de nunca ter participado de discussões finais de preços ou contratos – tarefa de MONICA MOURA – JOÃO SANTANA participou dos encaminhamentos iniciais e decisivos com ANTONIO P ALOCCI. Nestes encontros ficou claro que LULA sabia de todos os detalhes, de todos os pagamentos por fora recebidos pela Pólis, porque ANTONIO P ALOCCI, então Ministro da Fazenda, sempre alegava que as decisões definitivas dependiam da “palavra final do chefe”, diz trecho do documento da delação premiada de Santana.

Nesta quinta-feira, o ministro Edson Facchin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, determinou a retirada do sigilo das delações premiadas do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura.

Os dois são investigados por indícios de terem recebido dinheiro de caixa 2 por trabalhos em campanhas eleitorais. O ministro também retirou o sigilo da delação de André Luis Reis Santana, funcionário do casal.

 

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