Trump demite diretor do FBI, James Comey

James Comey foi retirado do cargo depois de recomendações do procurador-geral Jeff Sessions.

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Em uma decisão inesperada, o presidente dos EUA Donald Trump demitiu nesta terça-feira (9) o diretor da Polícia Federal americana (FBI), James Comey. Segundo a Casa Branca, Comey foi retirado do cargo depois de recomendações do procurador-geral Jeff Sessions e do vice-procurador-geral Rod Rosenstein.

A recomendação de demissão de Rosenstein cita a maneira como Comey tratou do escândalo do ano passado envolvendo e-mails da então candidata presidencial democrata Hillary Clinton.

A procura por um novo diretor começa imediatamente.

Numa carta divulgada pela Casa Branca em que Trump afirma a Comey que ele “não consegue liderar efetivamente” e que uma nova liderança é necessária para restaurar a confiança.

“Embora eu aprecie enormemente você me informar, em três ocasiões diferentes, que eu não estou sob investigação,concordo com o julgamento, porém, do Departamento da Justiça de que você não está apto a efetivamente liderar o FBI”, declarou.

“É essencial encontrar uma nova liderança para o FBI que restabeleça a confiaça pública em sua missão vital de aplicação da lei”, diz o presidente na carta.

Segundo o “New York Times”, Comey soube que tinha sido demitido enquanto falava a funcionários do escritório do FBI em Los Angeles, quando telas de televisão ao fundo do lugar em que estava começaram a piscar a notícia. Pouco depois, uma carta foi entregue na sede da organização, em Washington.

Na carta enviada por Sessions a Trump, o procurador-geral afirma que o diretor do FBI deve ser alguém que segue as regras e os princípios do Departamento de Justiça. Comey, de 56 anos, foi nomeado pelo ex-presidente Barack Obama em 2013 para um período de 10 anos.

Em março, Comey admitiu pela primeira vez que o FBI investiga uma eventual interferência da Rússia na campanha presidencial norte-americana, confirmando informações divulgadas pela imprensa americana. O diretor disse que a investigação “inclui investigar a natureza dos laços entre indivíduos associados à campanha de Trump e o governo russo e se houve alguma coordenação entre a campanha e os esforços da Rússia”.

Na semana passada, Comey afirmou em uma audiência no Comitê de Justiça do Senado que o governo russo ainda trata de influenciar na política dos EUA e representa “a maior ameaça” para a segurança da nação.

Esta é a segunda vez que Trump demite um funcionário de alto-escalão de seu governo, segundo o “New York Times”. Em fevereiro, o presidente demitiu Sally Q. Yates, que estava atuando como procurador-geral em exercício.

Democratas imediatamente acusaram Trump de agir por motivos políticos. O ex-diretor do FBI esteve envolvido na controvérsia em torno da investigação sobre se o uso de um servidor de e-mail privado por Hillary, enquanto chefiava o Departamento de Estado durante o primeiro mandato do presidente Barack Obama, comprometeu a segurança nacional.

Os democratas denunciaram o movimento de Trump, que alguns compararam ao “massacre de sábado à noite” de 1973, em que o então presidente Richard Nixon demitiu um promotor especial independente que investigava o escândalo de Watergate.

“A ação de hoje do presidente Trump elimina completamente qualquer aparência de uma investigação independente sobre os esforços russos para influenciar nossa eleição e coloca nossa nação à beira de uma crise constitucional”, disse o deputado democrata John Conyers, membro Comitê Judiciário da Câmara.

Conyers e outros democratas renovaram seus apelos para uma comissão independente ou um procurador especial para investigar suposta a influência russa nas eleições de 2016.

Fonte: Globo

 

 

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