Funcionários do BNB protestam contra reestruturação

O Sindicato dos Bancários de Pernambuco convoca os trabalhadores para participarem, amanhã, do Dia Nacional de Luta dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) contra o fechamento de agências e o desmonte do banco. O BNB anunciou o fechamento de 19 unidades, duas delas em Pernambuco.

Haverá atos e paralisações em todos os Estados de referência com o propósito de retardar a abertura das agências até às 12h. Os participantes devem ir vestidos de preto em protesto contra sepultamento das empresas públicas.

“Esse é o momento de demonstrarmos nossa indignação e dizermos à diretoria do banco e ao governo golpista de Michel Teme que não admitimos esse desrespeito. Há uma clara tentativa de enfraquecimento do banco, para então privatizá-lo. Vamos para a rua denunciar e demonstrar nossa indignação”, afirma o diretor do Sindicato, Fernando Batata.

Com anúncio do fechamento das agências, no último dia 13, houve a confirmação de que o BNB está incluído no processo de desmonte das empresas públicas capitaneado pelo governo golpista. Em Pernambuco, as agências que serão fechadas são a Maurício de Nassau, em Caruaru, e a Tobias Barreto, em Petrolina.

Ainda nesta semana, diretores do Sindicato realizarão reuniões com os funcionários dessas agências, que serão diretamente prejudicados pelas mudanças.

“A diretoria do banco ignora as consequências dessas mudanças na vida dos funcionários e de suas famílias. Sem qualquer aviso prévio, dezenas deles serão relocados até fevereiro para localidades que nem eles sabem quais são”, denuncia o diretor Rubens Nadiel.

A direção-geral do BNB tem demonstrado total desrespeito com o funcionalismo. Questionado pela Comissão Nacional dos Funcionários do BNB (CNFBNB) e pelo movimento sindical, o banco negou, até a data do anúncio, que haveria fechamento de agências e até hoje se nega a dialogar com os funcionários acerca das medidas que serão adotadas no processo.

O Sindicato já solicitou, formalmente, uma reunião com Superintendência do BNB em Pernambuco para discutir os prejuízos causados aos funcionários e à população do Estado. Até o fechamento desta matéria, não houve resposta.

Além disso, no fim de dezembro, o banco anunciou mudanças na política de substituição de função em comissão e nos processos de concorrência interna que ferem direitos dos funcionários.

A proposta do banco é que, a partir de 1º de janeiro de 2017, quando houver necessidade de substituição de função em comissão, o funcionário acumule as atividades. Até então, o acúmulo de funções não era permitido no BNB.

“Essa proposta vem em prejuízo dos trabalhadores, pois, além de enfrentarem o aumento da demanda de trabalho, eles não receberão a remuneração correspondente às funções acumuladas”, explica o diretor do Sindicato, Ricardo Vaz.

Também no fim de 2016, o BNB anunciou que funcionários lotados em agências não poderiam participar dos processos de concorrência interna para as centrais de cadastro e crédito, ferindo o princípio da igualdade entre os funcionários.

O Sindicato, assim como entidades de outros estados, avalia a possibilidade de ingressar com ação contra o banco na Justiça do Trabalho para garantir que os direitos de todos os funcionários do BNB sejam respeitados.

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