O surpreendente balê dos zumbis

Aécio teve 50 milhões de votos em 2014. Lula era o grande líder político, o presidente mais popular da História da República, com imensas perspectivas de voltar ao cargo em 2018. Dilma, a granda gerenta, estava pronta para mostrar o que era capaz de fazer no segundo mandato, livre da necessidade de buscar apoio partidário, já que não poderia disputar outras eleições. Serra, derrotado por um poste que ninguém sabia direito quem era, estava politicamente liquidado. Haddad, o tal poste, era mal avaliado, mas tinha certeza de que o eleitorado ainda o consideraria um grande prefeito – quem sabe candidato ao Governo paulista? O PMDB, grande mas sem estrelas, parecia feliz em cobrar caro seu apoio ao Governo – qualquer governo. E Michel Temer, o obscuro vice, contentar-se-ia em manter bons laços com os subcaciques do PMDB, conseguindo-lhes ainda mais cargos, e encaminhar-se-ia para a merecida aposentadoria política.

Nada deu certo – ou quase nada. Serra se articulou com Temer, tornou-se chanceler, tomou as medidas mais populares do novo Governo, o chega-pra-lá na Venezuela e demais bolivarianos, a busca de acordos proveitosos com parceiros mais confiáveis. E Michel Temer é o presidente da República – ou sê-lo-á, quando souber que em vez de aposentar-se chegou ao mais alto cargo do país, e quando tiver uma política de Governo.

Pois seu discurso na ONU foi tão sem substância que até Dilma poderia fazê-lo.

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