Operação Turbulência: Câmara e Vasconcelos entrou no radar da PF após Paulo Roberto Costa e Youssef delatarem esquema em Alagoas

BOMBA   CHIANDO

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Provas compartilhadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e a Justiça do Paraná, no bojo da operação Lava Jato, mostram que o esquema da Operação Turbulência, objeto de uma operação da Polícia Federal de Pernambuco, no dia 21 de junho passado, no Recife, começaram a ser desvendados a partir das delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.

Como se sabe hoje, a Câmara e Vasconcelos é uma empresa fantasma e era controlada pelo testa de ferro Paulo Cesar de Barros Morato, que apareceu morto em um motel de Olinda, um dia depois de ter a prisão provisória decretada pela Justiça Federal de Pernambuco, a pedido da PF. No dia 21 de junho, a Polícia Federal acusou oficialmente a empresa de ter recebido cerca de R$ 19 milhões, da OAS, supostamente desviados de obras da transposição do São Francisco.

Em delação premiada, no final de 2014, tanto o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa quanto o doleiro Alberto Youssef haviam informado a Polícia Federal que repassaram recursos para a campanha de 2010 dos alagoanos Arthur Lira e Benedito de Lira. O operador Youssef contou que usou duas empresas suas, MO Engenharia e Construtora Rigidez, para fazer as transferências. Nos depoimentos, eles também citaram pela primeira vez o nome da empresa fantasma Câmara e Vasconcelos, que estava no nome de Paulo Cesar de Barros Morato, que apareceu morto e envenenado em um motel de Olinda, um dia depois da operação da PF no Recife. Nos depoimentos a Força Tarefa da lava Jato, os dois colaboradores nacionais associaram ainda o nome de Carlos Lyra à Câmara e Vasconcelos e disseram que ele era agiota no Recife.

Qual era o cenário investigativo?

A deduragem de Paulo Roberto Costa consta mais especificamente do anexo 24 de seu termo de colaboração, como são chamadas tecnicamente as delações. Nesta fase da delação, o e-diretor da Petrobrás afirma que Benedito de Lira, senador do PP em Alagoas, solicitou, por meio do doleiro Youssef, a quantia de um milhão de reais, para a campanha ao Senado em 2010. Essa informação já constava de uma notação em sua agenda, apreendida na operação da Lava Jato, em sua casa. A suspeita da PF era que os valores fossem provenientes de repasses ilícitos, decorrentes de sobrepreço na Petrobrás.

Já a deduragem de Alberto Youssef constam dos termos de colaboração número 17 e 26. Nestes dois, o doleiro do Paraná confirma que pagou resquícios de campanha de Benedito de Lira e Arthur de Lira (deputado pelo PP de Alagoas) no ano de 2010, por meio de transferências eletrônicas de empresas de fachada, assim como teria intermediado a “doação’ oficial de R$ 400 mil da empresa UTC (do empresário Ricardo Pessoa) para Benedito Lira, valores que seriam decorrentes de vantagens indevidas do esquema ilícito da Petrobrás.

De acordo com os registros da PF, segundo Youssef, os resquícios de campanha, dívidas de campanha, do ano de 2010, dos candidatos a senador e deputado federal do PP foram pagos através da empresa M. O. Consultoria, parte sendo paga diretamente a Artur de lira em seu escritório, em espécie, sendo o restante mediante transferências da M. O. Consultoria para contas indicadas por Arthur Lira.

Como o esquema começou a finalmente se aproximar de Pernambuco?

Em um termo de declaração complementar, de número 12, Youssef afirmou que fez um ou dois depósitos em contas indicadas por Artur Lira, por meio das empresas M.O. Consultoria ou Empreiteira Rigidez, sendo o restante entregue em espécie, tendo os valores sido transferidos da MO ou rigidez para uma empresa de Alagoas e Pernambuco, em várias transferências. Bingo.

Com base nestas informações, por meio do ofício 098/2015, os agentes da PF começaram a pesquisar os antecedentes penais e dos quadros societários das empresas em nome de Arthur de lira, Benedito de Lira e o pernambucano joão Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, bem como pesquisas dos quadros societários e e históricos das empresas MO Consultoria Comecial e Laudos Ltda e a empreiteira Rigidez.
“A análise das informações bancárias teriam detectado transferência da Rigidez para a pessoa jurídica Câmara e Vasconcelos Terraplenagem, cujo suposto proprietário seria João Carlos Pessoa de Melo Filho, sendo este mencionado por Alberto Youssef como “agiota” (no Recife)”, descreve a PF, em documento de 2015.

Depois, os delegados da PF levantaram ainda o quadro de sócios e de funcionários, desde 2009, além de pedirem ao BC para saber se a Câmara e Vasconcelos Locação e Terraplenagem tinha autorização para atuar na qualidade de instituição financeira.

O pedido de investigações da Pf ao BC e o depoimento solicitado a Carlos Lyra foram feito em março de 2015. Quem fez o pedido de vistas dos autos em nome de Carlos Lyra foi o advogado Maurício Silva Leite, sócio do escritório Leite, Tosto e Barros,  da nova geração de advogados criminalistas revelados pela Lava Jato. Maurício Silva Leite, 40, tanbém defede o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS).

fonte:ne10/jornaldocommercio

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