Rio: deportado condenado por terrorismo na França

Reitor da UFRJ foi para o Galeão para tentar impedir deportação.
Físico Adlène Hicheur foi preso em 2009 e chegou ao Brasil em 2013.

Do G1 Rio

O físico Adlène Hicheur, condenado por terrorismo na França, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), deve deportado do Brasil nesta sexta-feira (15), de acordo com o Sindicato dos docentes da UFRJ.

As primeiras informações indicam que o professor estava, por volta das 20h30, no Aeroporto Tom Jobim (Galeão), esperando a deportação. O reitor da UFRJ, Roberto Leher, foi para o local para tentar evitar a medida e pedir mais explicações sobre as acusações.

Uma reportagem da revista “Época” revelou que o físico, de origem argelina, foi condenado por terrorismo na França. Preso em 2009, cumpriu a pena e chegou ao Brasil em 2013. A UFRJ diz que a contratação do professor seguiu os tramites habituais.

A Polícia Federal monitorava Adlène Icheur desde 2013. Em outubro do ano passado, agentes fizeram buscas na casa dele, no Rio, e na UFRJ.

Em carta a colegas, o professor disse que foi preso de forma injusta e que somente visitou sites islâmicos subversivos (veja no vídeo abaixo reportagem do Jornal Nacional de 12 de janeiro sobre o caso).

O caso
Decisão da Justiça francesa, à qual o Jornal Nacional teve acesso, cita mensagens trocadas entre Hicheur e um representante da rede terrorista Al Qaeda encontradas em buscas na casa do professor, em Ornéx, na França. O JN teve acesso a 35 emails que comprovariam relações do professor com a organização.

Em junho de 2009, ele recebe a proposta em francês:

“Caro irmão, vamos ser diretos: você está disposto a trabalhar dentro de uma unidade em ativação na França? Quais ajudas seriam possíveis oferecer? Quais suas sugestões?”

Ele responde que sim e diz que queria morar na Argélia, mas pode mudar seus planos e ir para a Europa se a estratégia for “trabalhar dentro da casa do inimigo e esvaziar o sangue das suas forças”.

O integrante da Al Qaeda comemora: “Por Deus, você me agradou muito”.

A Justiça francesa cita também documentos encontrados na casa de Hicheur sobre a historia do Islã. Um deles traz indicações sobre fuzis de precisão e detalhes militares. A UFRJ divulgou nota sobre o caso e se manifestou contra a deportação do professor.

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