VEM AÍ CPI DA FUNDARPE, EMPETUR E FUNCULTURA
Por ROBERTA CÂMARA
Já faz alguns anos, eu venho me indignando com o escoamento de Recursos Públicos nas festividades de Carnaval e São João em meu estado. Somente recentemente, parece que os órgãos de fiscalização (Ministério Público, Tribunal de Contas, a própria Mídia) acordaram para esse absurdo.
Curiosa para saber como seria no São João, fiz novamente a pesquisa. Dessa vez anotei o dia no Diário Oficial do Estado, o município, a atração e o valor.
Fiz a pesquisa nas publicações do dia 10/06/2016 até o dia 23/06/2016. Lembrando que muitas prefeituras publicam os atos muitos dias depois do evento.
NÃO CONSIDEREI OS GASTOS DA “GOVERNADOR EDUARDO CAMPOS S/A” (vulgo empetur). Esse é o o organismo que mais contrata para os municípios.
Considerei apenas as publicações municipais.
Contabilizei a soma de R$ 8.644.513,86. (oito milhões, seiscentos e quarenta e quatro mil, quinhentos e treze reais e oitenta e seis centavos).
Me impressiona o valor dos shows de bandas que nunca escutei falar. Poucas atrações custam menos de R$20.000,00. Algumas ultrapassam os R$200.000,00 (por um show que deve durar menos de 2h).
Você já escutou falar em Pedrinho Pegação? Ele cobrou R$40.000,00 por um show para a Prefeitura de Orobó. E Ferro Na Boneca? Cobrou R$35.000,00 para a Prefeitura de Sanharó.
Fiz questão de fazer de maneira mais amadora possível. Em uma caderno mesmo, manuscrito, para demonstrar como o controle social dos gastos públicos pode ser simples. E para mostrar, também, como os órgãos oficiais, com todo um aparato, recursos financeiros e profissionais ganhando exorbitantes salários têm feito tão pouco diante de tanta informação disponível.
Acho que a mudança de nosso país passa pela nossa constante indignação, consideração do que é realmente prioritário e pressão nos órgãos que fiscalizam.
Enfim, eu, que nem bebi nesse período, sinto-me hoje, no último dia das festas juninas, em uma profunda ressaca.
(Atualizando: fiquei muuuito curiosa e fiz a pesquisa também para a empetur. As cifras não são tão inferiores: no período pesquisado 10 a 23/06 foram feitos contratos no valor total de R$3.385.900,00 em um estado que mal consegue fechar a folha de pagamento de seus servidores.)
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