Eduardo Gaievski e o silêncio das feministas

Dilma Rousseff - Eduardo Gaievski - Gleisi Hoffmann

Imagine o escândalo: um assessor especial da Casa Civil no governo Temer é preso e condenado por abuso sexual de menores. É claro que o movimento feminista faria um enorme alarde, acusando o presidente de “acolher um pedófilo” no Palácio do Planalto.

Isso, de fato, aconteceu. Ou seja, um assessor da Casa Civil – que trabalhava um andar acima do gabinete presidencial – foi preso e condenado pelo crime de abuso sexual. Aconteceu, mas no governo Dilma. É por isso que talvez você jamais tenha ouvido falar em Eduardo Gaievski.

Gaievski trabalhava a algumas salas de distância de Dilma. E era um dos nomes mais fortes do PT no Paraná. É por isso que certamente você nunca ouvirá esse nome sair da boca de uma feminista. Um evidente sinal de partidarismo e submissão política do movimento.

Vamos relembrar a história.

Eduardo Gaievski foi prefeito por dois mandatos, entre 2005 e 2012, da pequena cidade de Realeza, no Paraná. Em 2013, a convite da ministra Gleisi Hoffmann, assumiu o cargo de assessor especial da Casa Civil, encarregado de coordenar programas sociais importantes, incluindo os de combate ao crack e de construção de creches.

O detalhe é que Gaieviski era investigado pelo Ministério Público desde 2009, acusado de estupros de jovens e assédio sexual de meninas em troca de dinheiro ou cargos na Prefeitura, acusações que ganharam solidez com provas e depoimentos ricos em detalhes.

O petista teve a prisão preventiva decretada em 2014. Ele fugiu de Brasília e foi capturado em Foz do Iguaçu. A Justiça negou vários pedidos para soltura do ex-assessor especial de Dilma.

A Justiça condenou Eduardo Gaievski seis vezes por abuso sexual de menor! Embora tenha sidoinocentado em um dos casos, ele tem um total de 101 anos de prisão para cumprir diante de todas as condenações de abuso sexual de menores.

O petista Eduardo Gaievski, ex-assessor especial da Casa Civil no governo Dilma

O petista Eduardo Gaievski, ex-assessor da Casa Civil no governo Dilma

As feministas não se comoveram com as meninas pobres

O que fez o movimento feminista diante de um ex-prefeito de cidadezinha acusado pela polícia  e Ministério Público – com testemunhos de várias mães e de menores – de abusar sexualmente de 23 meninas pobres, trocando sexo por favores e cargos?

Nada, absolutamente nada.

Os depoimentos das meninas de Realeza, que relataram em detalhes os estupros que teriam sofrido nas mãos do petista, não comoveram as feministas:

“Eu tinha 13 anos de idade e o prefeito foi me buscar no colégio para levar para o motel”, diz J. S., uma das vítimas, que hoje está com 17 anos. O prefeito, segundo os relatos, aliciava as garotas usando mulheres mais velhas para convencê-las a manter relações com ele.

“A gente era ameaçada para não contar nada a ninguém”, diz A.F., que tinha 14 anos quando foi levada ao motel Jet’aime pelo prefeito três vezes, recebendo entre R$ 150 e 200.

P.B., outra suposta vítima, contou que saiu com o prefeito três vezes em troca de um emprego na prefeitura. “Hoje tenho depressão e vivo a base de remédios”, conta a moça, que está com 22 anos. “Quando ele enjoou de mim, fui demitida.”

Silêncio sepulcral

Além disso, há denúncias do Ministério Público sobre o comportamento do então prefeito em relação às suas estagiárias. De acordo com as acusações, Gaieviski assediava as estagiárias e ameaçava demiti-las caso não fizessem sexo com ele.

Várias estagiárias da Prefeitura de Realeza teriam sido demitidas justamente por se negarem a transar com o então prefeito.  As que cederam, relataram à Polícia que Eduardo Gaievski era violento e ofensivo durante o sexo.

Eduardo Gaievski chegou à Casa Civil por influência de Gleisi Hoffmann

Eduardo Gaievski chegou à Casa Civil por influência de Gleisi Hoffmann

Alguma feminista convocou manifestações em solidariedade às estagiárias da pequena Realeza? Alguma blogueira incendiou as redes com os relatos das moças? Não, ninguém tocou no assunto. Desde 2013 o movimento feminista silencia sobre Eduado Gaieviski.

As feministas não se manifestaram nem mesmo quando, em outubro de 2013, André Willian Gaievski, de 19 anos, filho do petista, e o advogado Fernandes da Silva Borges foram detidos em Realeza, acusados de coagir as testemunhas do caso.

Não houve nenhum “incêndio” nas redes sociais, nenhuma campanha de mobilização, hashtag ou filtro de facebook para lembrar as moças e as meninas de Realeza.

Porém, grandes sites e jornais abriram espaço para família do petista espalhar teorias conspiratórias em que Gaieviski é vítima de tucanos malvados e carcereiros direitistas!

É impressionante o nível de partidarismo do movimento feminista. Ou, melhor, o grau de submissão política e ideológica das supostas defensoras das mulheres brasileiras.

Quem adere às campanhas da plataforma midiática dos movimentos de indignados de plantão está sendo usado como míssil teleguiado para atacar certos alvos e defender certas posições de agendas ideológicas que desconhece. Nada mais do que isso.

As feministas querem patrulhar as piadas, os comerciais, os filmes, os humoristas e até os churrascos em família, mas silenciaram nos últimos anos diante do caso Eduardo Gaievski e da sua presença na Casa Civil durante o Governo Dilma.

fonte:portadeprivada

Um comentário sobre “Eduardo Gaievski e o silêncio das feministas

  1. […] via Eduardo Gaievski e o silêncio das feministas — Flávio Chaves […]

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