A “traição” da Presidenta Dilma e a falsa democracia

Marcelo Camargo/Agência Brasil: <p>Brasília - A presidenta Dilma Rousseff e os ministros, Marcelo Castro, Gilberto Occhi, Aloizio Mercadante e Jaques Wagner se reúnem na Sala Nacional de Coordenação e Controle da Dengue (Marcelo Camargo/Agência Brasil)</p>

Por  Dom Orvandil

Nossa conjuntura aqui no Brasil se precipita de modo catastrófico, mexendo no tabuleiro político nacional e ameaçando nossa paciência.

No dia 24 deste fevereiro, no Senado Federal, a Petrobras foi colocada no caminho da boca das poderosas multinacionais imperialistas, todas ligadas às guerras de rapina pelo mundo.

Quando os senadores debatiam acaloradamente o projeto desonesto e antipatriótico do senador José Serra, na eminência de perder a batalha, o governo da Presidenta Dilma abriu mão da preservação da manutenção do atual estado de extração e comercialização do pré-sal pela Petrobras e negociou com a direita para emendar seu projeto, com o objetivo de possibilitar que as multinacionais participem com forte percentual, fragilizando a soberania do Brasil, chamuscando o chamado historicamente de “o petróleo é nosso”.

Assim como foi aprovado o projeto, a Petrobras perde a sua prerrogativa de ser a única operadora do maior tesouro brasileiro, abrindo o controle para as maiores petroleiras do mundo, numa das ofensivas mais agressivas contra nosso patrimônio público.

Os Estados Unidos gastaram três trilhões de dólares para destruir o Iraque e matar o seu presidente visando roubar as jazidas de petróleo, enquanto aqui senadores do PSDB, do DEM, do PMDB e até do PT se propõem a entregar a Petrobras de graça. Sem nem nenhum tiro.

Com a participação do Governo Dilma na aprovação dessa medida, a Petrobras perde a sua prerrogativa de ser a única operadora desse tesouro brasileiro.

Dolorosamente decepcionado com a mudança de orientação do governo, o senador Lindbergh Farias se declarou traído, sentindo-se como marido que nada sabe sobre os programas sexuais de sua mulher.

Muitos petistas e lideranças dos movimentos sociais se manifestaram nas redes aborrecidos e desencantados com a Presidenta Dilma.

Reflexivos se posicionam contra o impeachment, entendendo-o como aplicação do golpe de direita, mas reivindicam que Dilma retome os compromissos originais que motivaram sua eleição.

O que o Senado definiu através de seus mais inconsequentes e irresponsáveis senadores não é definitivo. O projeto foi encaminhado para a Câmara e depois cairá sobre a mesa da Presidenta.

O campo nacionalista e popular se mobilizará contra essa indecência fustigada pela direita impatriótica e amante dos negócios com os bens mais caros do nosso povo.

A Nação é chamada a se levantar para barrar mais esse golpe contra nosso patrimônio. Os grupos dominantes e coloniais dispõem-se a abocanhar o filé mignon, que seria destinado ao desenvolvimento com educação e saúde sociais.

Atitudes esmagadas e chorosas do dedicado Senador Lindbergh e de muitos inocentes da esquerda não são suficientes para enfrentar mais esse golpe.

É necessário recordar que outros países lutaram bravamente com guerras, perdendo milhares de suas populações e lideranças, dispostas a não entregar suas riquezas à rapina imperialista e de seus lacaios da OTAN.

É óbvio que desde a fundação da Petrobras pelo governo Getúlio, que as raposas do império se lambem, sedentas para abocanhar nosso petróleo. Muitos brasileiros já morreram em sua defesa.

Imediatamente à derrota no Senado a senadora Gleisi Hoffmann, do Paraná, subiu à tribuna para afirmar que a crítica à Dilma, acusando-a de traidora, não é justa. Gleisi explicou: “É presidenta num contexto político duro, de disputa intensa, frágil politicamente, que governa com uma composição de forças políticas que tem grandes contradições entre si”.

Portanto, o risco de privatização da Petrobras e da explosão de uma guerra civil, porque o povo não se calará com esse brutal assalto, é porque há indisfarçáveis contradições entre neoliberais e a inclusão social. Os primeiros não suportam a ideia da distribuição de riquezas provindas da maior estatal do mundo na área petrolífera. Por isso se digladiam no interior do próprio governo de coalizão, que cada vez mais se “descoaliza”, fazendo da democracia apenas um vocábulo formal.

De um polo levanta-se a energia nacionalista e da soberania nacional a favor da prioridade das riquezas do subsolo para o desenvolvimento com justiça social. Do outro, monstruosidades diabólicas e infernais de direita, dilapidadoras dos nossos tesouros, que focam interesses nos negócios e nos lucros, tão somente. O povo que se lasque!

Os capetas do Senado e da Câmara brotam de eleições falsas, sujas e irrigadas com muitos trilhões de reais.

Aquela gente não se move por interesses nacionais, patrióticos e sociais. Não, eles só buscam no parlamento interesses pessoais e fisiológicos.

São provocadores que fazem o discurso moralista e fingido contra a corrupção, mas suas vidas são rastro do que é de mais iníquo, traidor, entreguista e, contraditoriamente, corrupto.

33 deles votaram a favor do projeto entreguista e traidor de José Serra, entre eles o próprio.

Que esperar dele que empregou no seu gabinete, pagando-a com dinheiro público, a irmã suja de Mirian Dutra, ex-amante oportunista de Fernando Henrique Cardoso?

E assim é a história vergonhosa de senadores pilhadores frutos de eleições tingidas com votos dos ricos e opressores. (Aqui se pode ler a lista dos inimigos do Brasil, que devem ser varridos da vida política e pública brasileiras).

Com a aprovação deste projeto insano 360 bilhões de reais serão retirados da educação e entregues às multinacionais. Em projeção para os próximos 15 anos, as metas do Plano Nacional de Educação seriam impedidas. Mudar a regra do jogo é tirar esses recursos; é abortar as metas e isso significa não colocar todas as crianças na escola, não ter professor em todas as salas e não ter estrutura mínima nas escolas.

Ao nos levantarmos para barrar a indecência desses 33 assassinos e ladrões, nos educaremos para mudar o Brasil.

Esse Brasil que está nas mãos dessa gente que o odeia não serve ao nosso povo e ao nosso futuro!

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