A radicalização de Aécio

Ilimar Franco – O Globo

Estrategistas em campanhas eleitorais dizem que Aécio está na linha certa. Ele capitaliza o sentimento de oposição da sociedade, coloca-se como alternativa e encarna o papel de o mais aguerrido. Um marqueteiro diz que o povo está cansado da luta política, mas está mais cansado ainda do PT. E acrescenta que, com o PT executando um ajuste fiscal, o PSDB pode superar estereótipo negativo que o acompanha.

O PSDB e o candidato Aécio Neves, avaliam estrategistas, precisam ter energia para sustentar essa contundência nos próximos três anos. Essa postura é normal em países europeus onde há parlamentarismo. Os partidos de oposição criam os chamados “shadow cabinets” para contestar o primeiro-ministro. Lembram que, independentemente da repercussão, essa foi a atitude adotada pelo PT até chegar ao poder (2002). Era pau na moleira. Os tucanos, após 4 derrotas, viram que era hora de abandonar o ar blasé e colocar a mão na massa. É passado a máxima autossuficiente, atribuída a FH, de que em 6 meses Lula os chamaria para ajudar a governar.

A publicidade dos tucanos de que a presidente Dilma vai ser destituída pelo TSE, pelo TCU ou por um impeachment mexeu com a criatividade de um consultor político: “Só falta o PSDB apresentar um programa de governo aos eleitores”. Seu presidente, Aécio Neves, já proclamou que está preparado para governar.

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