As férias e as bases

Carlo Chagas

Os quinze dias de férias do Congresso, de 1 a 15 de julho, servirão para deputados e senadores perceberem com mais intensidade o sentimento de suas bases com relação ao governo. Pelo jeito, muitos integrantes do bloco oficial voltarão balançados, senão descrentes das possibilidades de a presidente Dilma recuperar sua popularidade. Vai crescer, nas bancadas do PT, a tendência pela adoção de uma linha de independência diante do palácio do Planalto, em especial por conta da política econômica. Fatores como o desemprego, a inflação, a alta do custo de vida, dos impostos e das tarifas de serviços essenciais, mais a compressão salarial, pesam na balança para gerar a descrença da opinião pública com o governo.

O Lula foi dos primeiros a perceber a queda não apenas nos índices de aceitação do governo Dilma, como, também, a necessidade de os companheiros retomarem propostas hoje esquecidas pela maioria, como mais reformas sociais, participação dos empregados no lucro das empresas, estabilidade no emprego, cogestão e outros.

Mais do que as pesquisas vale o contato direto com os eleitores e as perspectivas não são boas para os governistas. As eleições municipais do próximo ano consistirão no primeiro termômetro formal para se aferir as tendências populares. O partido que fizer mais prefeitos e vereadores, se obtiver números significativos, poderá posicionar-se para as eleições para o Congresso, dois anos depois. Já as eleições presidenciais, na mesma data, dependerão de outros fatores, muito mais pessoais do que partidários.

É cedo para projeções, mas se a escolha fosse esta semana o Lula seria o candidato do PT, disputando com Aécio Neves, do PSDB, atualmente tendo recuperado o espaço que punha Geraldo Alckmin nos seus calcanhares. No PMDB, Michel Temer surge como opção natural, mas Eduardo Cunha vem trabalhando. Ronaldo Caiado gostaria de disputar pelo DEM

 

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