Seis razões por que o PSOL é um partido de direita… segundo o PCO.

PT e PSDB? Esqueça. A grande rixa política de nosso tempo se dá através de dois partidos que nem sempre conquistam a atenção da grande mídia: o PCO e o PSOL.

O Partido da Causa Operária e o Partido Socialismo e Liberdade nasceram formados por dissidentes do PT, se identificam como “de esquerda” e “revolucionários”. Mas se engana quem pensa que há convergência de ideias entre as organizações. Pelo contrário. Embora pouco se manifeste contra o PCO, para o partido de Rui Costa Pimenta, o PSOL pratica um “socialismo de classe média, pequeno burguês”, com “posições de direita”. E isso é defendido através de notas de repúdio, incontáveis matérias no Jornal Causa Operária e entrevistas diversas.

Nesta semana, Luciana Genro chamou a atenção por procurar se aproximar do PSDB, e de Fernando Henrique Cardoso, para rejeitar a “Lei da Mordaça”, e foi duramente criticada por parte da esquerda. Mas isso não é nenhuma novidade para o PCO.

Para o Partido da Causa Operária, “na tentativa de produzir uma terceira via eleitoral, os psolistas se vêem obrigados a disputar o voto com a esquerda burguesa oportunista e com a direita pró-imperialista. Nessa “concorrência de bazar”, acabam reunindo o pior de ambos. Sem apoio popular e com discursos muitas vezes incompreensíveis (não por sua complexidade ou profundidade, mas pela falta de argumentos sólidos) algumas das figuras mais direitistas que militam no Psol poderiam muito bem estar em outros partidos pequenos… de direita”.

Aqui, 6 razões por que o PSOL é um partido de direita… segundo o PCO.

1. “O PSOL É FORMADO POR POLÍTICOS DE DIREITA.”

Captura-de-Tela-2014-12-11-às-12.12.38

Sim, de direita. Numa matéria dividida em duas partes, chamada “Quem são os direitistas do Psol?”, o PCO destrincha os principais membros do PSOL como integrantes da direita brasileira.

Luciana Genro é um desses nomes. Segundo o PCO, a candidata à presidência pelo PSOL nas últimas eleições, já defendeu, entre outras coisas, “o golpe na Ucrânia apoiado pelos neonazistas, financiado pelo serviço secreto norte-americano (foi chamado por Luciana Genro de “revolução popular”)”, “a busca por um capitalismo “mais ético”, o que na verdade não significa nada, é apenas retórica para que a classe trabalhadora não se mobilize e apenas concentre suas forças no terreno eleitoral”, “a crença em Syriza na Grécia e Podemos na Espanha, que nada mais são que partidos da esquerda pequeno-burguesa que são muito mais direitistas e atacam muito mais os trabalhadores do que faz o PT” e “o golpe militar no Egito que também foi chamado de revolução popular e que agora Luciana Genro diz que apenas não deu certo, “não rendeu frutos””.

E Luciana não é a única. Randolfe Rodrigues, único senador eleito pelo PSOL, é outro. Randolfe, “em 2013 durante a eleição para a presidência do Senado, desistiu de sua candidatura para apoiar o candidato do PDT, Pedro Taques, junto à bancada do PSDB e do DEM”, “declarou abertamente que não irá reverter nenhuma das privatizações” (para o PCO, “essa política significava apenas a continuidade do neoliberalismo de FHC”) e “apresentou, quando era candidato à presidência nas prévias do partido, um programa de paraíso capitalista no Brasil, onde a solução seria simplesmente criar um freio ao “capital volátil””.

Marcelo Freixo, deputado estadual pelo PSOL do Rio, também integra o bolo. Para o PCO, Marcelo é de direta porque defende as UPPs no Rio, “declarou “respeito aos contratos” estabelecidos entre o atual governo e as máfias capitalistas, que nada mais é que uma defesa feroz do atual regime político e da manutenção do seu status quo” e acha que “grevista tem que ser tratado com dureza”. Para o PCO, “o programa apresentado por Marcelo Freixo não deixa dúvidas de que o Psol está sendo usado como um mero instrumento da oposição burguesa e de direita ao governo do PMDB-PT”.

Na lista de políticos de direita do PSOL, o PCO ainda enumera nomes como o de Vladimir Safatle, Clécio Santos e Avilete Cruz, além de nomes antigos da legenda como Heloísa Helena, Plínio de Arruda Sampaio e Cabo Daciolo (já expulso do partido justamente por suas posições mais conservadoras).

2. “GRANDES CAPITALISTAS PATROCINAM O PSOL.”

Edmilson-Rodrigues-na-Camara-dos-Deputado-Foto-Antonio-Jacinto-5

É o que diz o PCO. O partido acusa “o financiamento de suas campanhas [Luciana Genro] por grandes empresas capitalistas como a Gerdau (de Jorge Gerdau que faz parte do instituto Millenium) no valor de cem mil reais e da rede Zaffari, proprietária de sete shopings centers. Esses financiamentos mostram que os grandes capitalistas não temem o Psol, muito pelo contrário, vêem em seus candidatos oportunidades para crescer”.

E a gaúcha não é a única. Edmilson Rodrigues, candidato a prefeito em Belém, também foi acusado pelo partido de ser sustentado por capitalistas.

“Agora, esta prestação de contas revela qual a real intenção de Edmilson. Além de doações de empresas ligadas a produtos hospitalares e farmacêuticos, empresas de comunicação, locadoras e revendedoras de veículos, a maior parte dos  R$ 476.381,72 vieram de empresas ligadas ao ramo da construção. A maior delas é a COGEP CONSTRUÇÕES E GESTÃO AMBIENTAL LTDA, que doou cerca de um terço do total, J S SERVIÇO DE CONTRUÇÃO LTDA.

Isto sem analisar a real origem das doações de pessoas físicas, que são em boa parte de milhares de reais, o que leva a crer que também são de empresários.”

3. “O PSOL TRANSFORMA O FEMINISMO NUMA PAUTA DE CLASSE MÉDIA.”

DSC2690_

O PCO se identifica como um partido em defesa das mulheres, mas critica duramente o modo como o PSOL lida politicamente com o feminismo no país, questionando a validade de bandeiras como a “marcha das vadias” ou as campanhas nas redes sociais contra o machismo.

“Outra “batalha” é a travada pela censura de tudo que se considere “machista”. Como o termo machista é bastante amplo e indefinido, quase tudo pode ser encaixado nesse conceito. Palavrões, que são essencialmente machistas, por exemplo, não poderiam mais ser pronunciados. Recentemente, uma banda foi impedida de tocar em uma festa promovida por um centro acadêmico por se chamar “Bandidos da Luz Vermelha”. A explicação foi que o bandido da luz vermelha era um estuprador e dar esse nome à banda seria em si machista. A lista de atitudes e falas machistas é cada vez mais ampla, e também cada vez mais subjetiva”, afirmam.

Num artigo assinado por quatro mulheres, o PCO ataca o uso político do feminismo na “esquerda burguesa”, em defesa de um militante seu, acusado de “machista” pelo PSOL.

“Um homem pode não expressar nenhuma palavra de conteúdo machista, mas ter uma atuação contrária à luta pela libertação da mulher, assim como o inverso também pode ser verdadeiro. Impedir a expressão de uma determinada ideia não significa eliminar a ideia, mas apenas camuflá-la. Por isso, a censura nunca foi a arma dos oprimidos. Para os oprimidos, o que importa é o esclarecimento. Se se quer modificar as ideias, como um subproduto de uma modificação na realidade material, a única maneira é esclarecer e debater amplamente, não censurar e hostilizar de maneira indiscriminada.”

O partido também questiona campanhas como as que pretendem “trocar o plural formado por “o” pelo plural com “x” ou “@”. Para o PCO, “a ideia de transformar o vocabulário para transformar a vida, só pode contentar a pessoas que acreditam que sua vida material já está resolvida, ou seja, burgueses e pequeno-burgueses. Uma mulher que tem cinco filhos para criar e ainda precisa trabalhar vai reivindicar creche, escola pública de qualidade, licença-maternidade, e não se preocupar com o uso de “@” nos textos”.

Para o PCO, o PSOL está na vanguarda da perseguição contra as mulheres.

4. “O PSOL FAZ ALIANÇAS COM PARTIDOS DE DIREITA.”

371776-970x600-1

É o que diz o PCO:

“Nas eleições, o Psol se aliou com praticamente todos os partidos burgueses existentes, do bloco que participa no governo pró-imperialista do PT (PMDB, PR, PSB, PDT, PCdoB, PSC, PRB, PTC e PTN) ao que faz oposição pela direita ao governo (PSDB, DEM, PPS etc.). Estas alianças têm um único sentido, usar de todos os meios para conseguir participar deste seleto clube dos partidos “representativos”.

(…) O Psol evoluiu pacificamente para se tornar um partido burguês tão versátil a ponto de se ligar ao PT e o PCdoB nas eleições em Belém, e ao PSDB, DEM e PPS em Macapá. Essa evolução levou muito menos tempo que a do PT para chegar ao mesmo ponto. Depois dessas eleições, o Psol se credenciou junto à burguesia como um partido plenamente adaptado ao regime burguês e às condições impostas pelos banqueiros e empresários que o dirigem para que possa ser usado como uma plataforma de defesa do regime, contra a classe trabalhadora, a juventude e outros setores oprimidos da população.

(…)  Após o primeiro turno, em São Paulo, o ex-candidato à presidência da República pelo Psol, Plínio de Arruda Sampaio, declarou voto em José Serra, do PSDB.

Esse fato serve como uma definição sobre o Psol. Plínio Sampaio, apresentado nas eleições presidenciais como grande esquerdista, chama a votar na direita, representante direta dos empresários, dos banqueiros e dos elementos ligados aos torturadores e assassinos do regime militar, a mesma que atacou os estudantes da USP quando esses se manifestaram, a mesma que, por meio da revista Veja, comanda a ofensiva ideológica reacionária contra o movimento dos trabalhadores e da juventude, contra os negros, as mulheres etc. Isso mostra que, na realidade, Plínio Sampaio, nada mais é que um direitista que faz demagogia “socialista”.

Mas, no Psol, ele está longe de ser um caso isolado.

A aliança concluída pelo prefeito eleito de Macapá, Clécio Luís, com o PPS (que indicou o candidato a vice na chapa) e, no segundo turno, com o DEM e o PSDB, é apenas mais um caso na sucessão de fatos que revela o Psol como um partido burguês que encobre sua política direitista com um discurso pretensamente esquerdista.

Trata-se, portanto, de um partido de estelionatários eleitorais. Venderam a imagem do Plínio como grande esquerdista, quando na verdade ele apoia a direita. Mas, que identidade o ex-candidato a presidente vê entre o Psol e a direita? Entre o Psol e o PSDB, o partido das privatizações?”

5. “PSOL SIONISTA.”

psol-sionista

“Capitalista”, “burguês” e “sionista. É isso que diz o PCO sobre o PSOL, por conta desse vídeo.

“Na última quinta-feira, 24 de julho, uma candidata do PSOL a deputada federal pelo Rio de Janeiro, Solange Pacheco, divulgou em seu perfil do Facebook um vídeo em que defende o Estado de Israel. É isso mesmo, o PSOL lançou uma candidata sionista ao Congresso. Não é a primeira posição de direita que candidatos do partido defendem nas eleições. Em 2006, Heloísa Helena, nada menos que a candidata do partido à presidência da República, fazia campanha contra o aborto em cada debate na televisão, em cada entrevista, além de ir a protestos junto com a extrema direita para defender sua causa contra as mulheres. Houve também o caso do candidato do PSOL à prefeitura de Cubatão, Toninho da Elétrica, que pedia “intervenção militar já”. Esse é o resultado natural de um partido que é contra a centralização. Em um dia aparece um Babá queimando uma bandeira do Estado genocida de Israel, no outro dia aparece uma Heloísa Pacheco para chamar o Hamas de “terrorista”, em coro com o imperialismo. O pretexto para a esquizofrenia política do partido é a “liberdade”. Liberdade para estar em um partido que defende, por meio de seus candidatos, o sionismo, a “intervenção militar já”, a criminalização do aborto. A liberdade para defender o programa da burguesia.

(…) Depois de condenar a resistência do povo de Gaza como ataques terroristas e chamar de vítima o Estado de Israel, que é na realidade um enclave imperialista no Oriente Médio, Solange Pacheco parte para a defesa do programa da extrema-direita do imperialismo para o “conflito”, à direita da administração Obama: “por isso eu faço um apelo, a você, Brasil. Vamos ajudar a desarmar os covardes terroristas do Hamas”. Esse é o resultado de um partido sem programa e sem centralização: ter candidatos seus defendendo o programa do Tea Party para Israel, como se eles já não tivessem gigantescas empresas de comunicação para fazer essa defesa.”

E essa não foi a única ponderação do PCO a respeito desse tema. Para o partido de Rui Costa Pimenta, o PSOL é inimigo do povo palestino.

6. “PSOL CONTRA GREVES.”

clecio-luis-no-poder-e-politica-1352230067880_1024x768

Pois é, nem as greves escapam. Aconteceu em Macapá.

“Diante da mais combativa greve de trabalhadores da educação do município de Macapá, o prefeito Clécio Luís, do PSOL, numa tentativa desesperada de quebrar a mobilização, resolveu atacar o direito de greve e entrar com ação judicial, solicitando à “Justiça” o impedimento das ocupações de prédios públicos e de avenidas limítrofes ao edifício da prefeitura, da realização de piquetes, além do uso de bandeiras e faixas nesses prédios.

A medida direitista tomada por Clécio, o interdito proibitório, constitui-se num ataque direto à categoria em greve há mais de um mês, sendo este tipo de ofensiva patronal frequentemente utilizada por banqueiros, empresários e toda a sorte de governos antioperários que acionam a justiça burguesa como meio de criminalizar as greves e neutralizá-las “legalmente”.

Em clara ameaça aos grevistas, como qualquer governo burguês, Clécio avisou que não deixará de buscar “caminhos legais” para garantir o funcionamento de sua cúpula de gestão e ainda classificou, em nota oficial da prefeitura, a última ocupação legítima da prefeitura pelos trabalhadores de “ato isolado”, “sem o apoio da maioria” e “sem amparo legal”.”

Marcelo Freixo também foi questionado por sua posição “contra grevistas” num artigo chamado “Trabalhadores, votem em Marcelo Freixo, do Psol, e ganhem pulso firme contra suas greves”.

Pois é. Contra greves, sionista, burguês, na vanguarda da perseguição contra mulheres, financiado por capitalistas, aliado a partidos conservadores, com políticos direitistas. Esse é o PSOL na visão do PCO: “um fracasso em todos os sentidos”.

fonte:spotniks

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *