Onde eu tava com a cabeça quando me fizeram a cabeça?

por Bruna Lombardi

Se eu for pensar em todas as roupas que não só já fui capaz de usar, como gastei uma puta grana pra comprar, hoje não consigo entender o que eu tinha na mente…  aconteceu com todas nós, eu sei… mas será que certas loucuras coletivas atenuam a individual? Quem viveu o suficiente pra ter blazers com ombreiras enormes sabe o que eu tô falando. Você até quis colocar uma placa no armário: ombreiras nunca mais! Mas na vida e na moda a gente sabe, nunca diga nunca.Você pode olhar as fotos e se sentir ridícula, se arrepender da fortuna que gastou naquele corte de cabelo feathers onde você parecia um pássaro no instante em que ele foi eletrocutado.

Tem coisas piores. Uma enorme tatuagem nas costas com a cara do seu ídolo do momento, por exemplo.A gente sobrevive. E se sobrevivemos a isso, nada mais nos abala…Foi justamente pensando nesses e outros infortúnios que criei minha personagem em “SOS: Sex, Orgasms and Salvation”, meu primeiro roteiro filmado em Los Angeles.

Numa das sequências Rachel, fragilizada por uma série de acontecimentos, se deixa levar por amigos que a estimulam a ir pra balada montada. Toda mulher precisa de um bom amigo gay pra dizer se a roupa tá OK.  E nesse caso, eram dois. Animados a tal ponto que ela, que andava arrasada dentro de casa de moleton, se viu transformada numa espécie de cinderela ao avesso, e mais insegura do que nunca se deixou levar noite adentro.

O resto é uma dessas comédias hilárias da vida. Que só tem graça depois que passaram… E a gente sabe que sempre corre o risco de derrapar num momento bobeira e se ver numa cena como essa, porque ninguém tá livre de dizer eu errei… afinal, ciladas existem pra gente cair nelas. Portanto, se a situação constrangedora, relaxe.  Mesmo que você saiba que errou, mesmo que se sinta ridícula, por pior que seja a coisa, não esqueça nunca que um dia vamos rir disso tudo.

 

 

 

fonte:revistaTPM

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