Resistência da imprensa à ditadura

 Mostrar o papel da imprensa na resistência à ditadura militar instaurada no Brasil em 1964 é um dos objetivos da exposição “Resistir é Preciso”. A foi aberta amanhã  no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) em Brasília. Organizada pelo Instituto Vladimir Herzog, a mostra apresenta uma linha do tempo sobre o período de 1960 a 1985 com foco em iniciativas de resistência ao regime militar implantado no país em 1964.

Os cartazes, fotos, quadros e publicações da mostra traçam um panorama das diferentes frentes de resistência à ditadura militar e a implantação da censura nas redações, quando as publicações passaram a ser avaliadas pelos censores. “Eles revelam como se lutou na ditadura e o que nós mostramos aqui é uma parte desta luta”, disse a Agência Brasil Vladimir Sacchetta, um dos curadores da exposição.

Entre as publicações, revistas de grande circulação, vendidas nas bancas, e jornais de agremiações políticas como O Guerrilheiro, que lançou a Aliança Libertadora Nacional (ALN), organização de esquerda brasileira comandada por Carlos Marighella, um dos principais organizadores da resistência contra o regime militar.

A mostra também faz referência à morte do jornalista Vladimir Herzog (foto), assassinado sob tortura no Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi) em 25 de outubro de 1975, ano em que dirigiu o Departamento de Jornalismo da TV Cultura, emissora pública do estado de São Paulo. Na ocasião, o Exército disse que o jornalista cometeu suicídio.

Clarice Herzog, presidente do Instituto Vladimir Herzog, idealizador da exposição, destaca a riqueza de detalhes com que esse período da história do Brasil é contado. “É a primeira vez que a história está sendo mostrada dessa forma, com todo esse conteúdo. Estamos contando o que aconteceu com imagens fortes, depoimentos. O material está riquíssimo e é uma homenagem a todos que morreram [vítimas da ditadura]. Está muito emocionante”.

Na avaliação de Sacchetta, a exposição serve para os jovens conhecer melhor as lutas pela reconstrução democrática, ocorridas nas décadas de 1960 a 1980. “Ela é importante porque mostra quão feio foi esse período de retrocesso no país. Acho que o recado que ela passa é: cuidado com o retrocesso e mostra a importância de valorizarmos e conhecermos a nossa história”, disse. A exposição fica em Brasília até 22 de outubro e depois segue para outras três capitais: Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.

41ª edição do Festival de Cinema de Gramado abre com filme de Bruno Barreto

 O filme “Flores Raras”, do diretor Bruno Barreto, abriu o 41º Festival de Cinema de Gramado. O longa, que não participa da competição, mostra a relação amorosa entre a poeta norte-americana Elisabeth Bishop e a paisagista brasileira Lota de Macedo Moraes, no Brasil das décadas de 1950 e 1960. Este ano, 31 curtas-metragens nacionais, oito longas-metragens nacionais e seis internacionais concorrem nas mostras competitivas, mantendo a tradição de figurar nas telas do festival grandes nomes do cinema nacional e estrangeiro.

Quem for ao festival também poderá participar de debates e painéis sobre cinema e conteúdos audiovisuais. O Festival de Cinema de Gramado irá até o dia 17, com a cerimônia de premiação. Nesse dia, os vencedores receberão o tradicional Kikito, troféu que simboliza um “deus do bom humor” e também símbolo da cidade de Gramado (RS).

 

Ameaçado, AfroReggae ganha concerto no Theatro Municipal do Rio

Os 20 anos do Grupo Cultural AfroReggae são motivo de comemoração e de luta. O grupo tem enfrentado dificuldades e dado provas de sua resistência ao ser ameaçado pelo apoio à Pacificação das favelas. E é para defender essa resistência que a Orquestra Sinfônica Brasileira apresentará o Concerto Pela Paz, homenagem ao AfroReggae que acontece no próximo dia 18no Theatro Municipal do Rio. A entrada é gratuita.

Segundo o site oficial da Secretaria de Estado de Cultura do Rio, o aniversário coincide com um momento delicado: depois de uma pousada do grupo ter sido incendiada em no dia 15 de julho (foto), unidades do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro foram atingidas por tiros, em 30 de julho e 1 de agosto, respectivamente. A reação corajosa do coordenador do AfroReggae, José Júnior – que chegou a fechar a unidade no Complexo do Alemão depois do incêndio criminoso, para pouco depois reabri-la – gerou uma mobilização de representantes de vários segmentos da sociedade para formar “uma espécie de ‘rede de proteção’ simbólica”, como qualificou Zuenir Ventura em artigo publicado no jornal O Globo.

A própria seleção escolhida para o concerto pretende ser uma reafirmação da conciliação, como explica o regente titular Roberto Minczuk. “Buscamos a paz que reina na música, que é a linguagem universal onde todos os ritmos e gêneros musicais convivem em perfeita harmonia.

Artistas homenageiam jornalista e radialista Alex Mariano, assassinado em assalto

Aos 59 anos, o jornalista, radialista e empresário Alex Mariano Franco, de 59 anos, um dos fundadores da lendária Rádio Fluminense FM, a “Maldita” (na foto de óculos) foi assassinado com um tiro na nuca na porta de sua loja, no final da tarde de segunda-feira em pleno Centro de Niterói, cidade que foi abandonada pelo governo do Estado que está retirando PMs da cidade para ocuparem as UPPs no Rio. Por causa disso, centenas de bandidos migram para Niterói.

Além do cantor de blues Antonio Quintella, vários outros artistas tem feito shows de protesto contra a execução de Alex e do caos que reina em Niterói. Bar preferido de Mariano, o Velho Armazém, na orla de São Francisco, tem recebido quase diariamente bandas e artistas tocando em homenagem ao produtor da “Maldita”. Para conferir a programação, basta acessar o Facebook.

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